Summary: | Neste artigo, exploramos dados de reparo encontrados na escrita espontânea de crianças em início de escolarização, a fim de estabelecermos relações com a fonologia. Os reparos realizados pelas crianças em suas escritas iniciais, especificamente aqueles referentes à grafia de nasais pós-vocálicas e de segmentações não convencionais, servem de base para a análise de processos de reestruturação do conhecimento fonológico infantil. A sustentação teórica para o tratamento dos dados ancora-se no Modelo de Redescrição Representacional (MRR), proposto por Karmiloff-Smith (1986, 1994). Os indícios analisados permitem-nos argumentar que o contato com a escrita alfabética favorece a reestruturação das representações fonológicas: no caso das nasais, de uma estrutura monofonêmica para bifonêmica e, no caso da noção de palavra, de uma concepção em que o clítico é percebido como sílaba pretônica para outra que comporta a ideia de palavra fonológica e também a de grupo clítico
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