Summary: | O artigo tem como objetivo principal demonstrar a lógica da exploração econômica na periferia levantina do império faraônico do Reino Novo. A literatura especializada questiona os interesses econômicos do imperialismo egípcio por meio de análises que pensam as vantagens materiais apenas pelo ponto de vista do fluxo maciço de matérias-primas em direção ao centro imperial. Buscaremos apontar, por outro lado, que os benefícios econômicos envolviam relações mais amplas, como o estabelecimento de uma estrutura de domínio e exploração com redes de relações entre as diferentes elites imperiais, que garantiam a manutenção do domínio faraônico na região do Levante. Isto pode ser comprovado através de três conjuntos de evidências: 1) a correspondência diplomática, tanto entre os reis de mesmo status, quanto naquela entre o faraó e os governantes vassalos; 2) pela análise do funcionalismo do aparelho estatal egípcio destinado à fiscalização e manutenção imperial; 3) pelo estudo da arquitetura egípcia na região da Síria-Palestina. Em síntese, os diferentes mecanismos de exploração econômica faraônica no Levante foram importantes não apenas para manter as elites do centro imperial, mas levaram a um aprofundamento da relação de classe no interior da periferia.
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