Summary: | Resumo O presente artigo analisa a formação das rotinas alimentares com foco nas práticas sociais a partir das antinomias entre o dentro/fora, prazer/obrigação e as constâncias/mudanças, comparando dados de três países, Brasil, Reino Unido e Espanha. Os dados provêm de três projetos de investigação, conduzidos em cada um dos países, entre os períodos de 2014, 2015 e 2016, gerando informações a partir de 183 entrevistas, tratadas e codificadas. As rotinas alimentares aqui compreendidas envolvem regularidade, sequência e uso recursivo do tempo. As antinomias quanto ao comer dentro/fora e ao prazer/obrigação demostram aspectos relativos à fuga da rotina, à divisão social do trabalho e às influências que os menus de fora, ou mesmo de dentro de casa, exercem sobre a dieta alimentar, diferenciando-se, em alguns aspectos, entre os três países. É possível verificar que os condicionantes das mudanças/constâncias em torno das rotinas alimentares convergem parcialmente entre os países analisados, com mudanças mais “bruscas” na presença de filhos, nos aspectos quanto à saúde e na fase de independência dos filhos. Porém, mudanças mais “graduais” foram percebidas quanto ao paladar, à oferta de alimentos, à renda e às dinâmicas laborais. Destaca-se o cosmopolitismo britânico, o tradicionalismo espanhol, e uma “mescla” entre o cosmopolitismo e tradicionalismo no Brasil.
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