Prevalência de Síndrome de Burnout em Médicos de Família da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos

Objectivos: Os médicos de família são os profissionais de saúde que realizam o primeiro contacto entre os utentes e o sistema de saúde, tendo uma interacção contínua e mais próxima com os pacientes, a qual pode desencadear quadros de ansiedade e medo. Os sentimentos negativos potenciam a exaustão f...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Carlos Daniel Costa Reis
Format: Article
Language:English
Published: Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar 2019-07-01
Series:Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar
Subjects:
Online Access:https://rpmgf.pt/ojs/index.php/rpmgf/article/view/12131
Description
Summary:Objectivos: Os médicos de família são os profissionais de saúde que realizam o primeiro contacto entre os utentes e o sistema de saúde, tendo uma interacção contínua e mais próxima com os pacientes, a qual pode desencadear quadros de ansiedade e medo. Os sentimentos negativos potenciam a exaustão física e mental que poderá conduzir a um estado de Burnout. A conjuntura portuguesa recente apresenta factores que podem potenciar o aumento da prevalência de síndrome de Burnout nos médicos de família. Este estudo procura reavaliar a prevalência de síndrome de Burnout nos médicos de família da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos. Tipo de estudo: Estudo transversal, observacional e descritivo com componente analítica. Local: Portugal. População: Médicos inscritos como médicos de família na Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos. Métodos: Estudo realizado através de um questionário online constituído por dados demográficos, profissionais e o Maslach Burnout Inventory - Human Services Survey, validado para português, enviado aos médicos de família sob a forma de censo no dia 11 de Novembro de 2016 e válido para submissão de respostas até ao dia 5 de Dezembro de 2016. Resultados: A prevalência de Burnout encontrada nos médicos de família foi de 17,0% (IC 95% [13,1; 20,9]) Os médicos de família apresentaram exaustão emocional alta de 66,0% (IC 95% [61,1; 70,9]), despersonalização alta de 45,7% (IC 95% [40,5; 50,9]) e baixa realização profissional de 48,2% (IC 95% [43,0; 53,4)].  A despersonalização associou-se ao sexo masculino e aos indivíduos com idades inferiores a 45 anos. A síndrome de Burnout também esteve associada com a idade inferior a 45 anos e com uma duração da actividade como médico de família inferior a 20 anos. Conclusões:  A prevalência da síndrome de Burnout foi até quatro vezes maior que os valores obtidos em estudos anteriores. As associações encontradas são consistentes àquelas verificadas em estudos anteriores, sendo a síndrome mais prevalente em médicos mais jovens e com menor experiência como médico de família. Palavras-chave: Prevalência; Stress Psicológico; Burnout Profissional; Médicos de Família; Portugal
ISSN:2182-5181