Política Externa Independente e a institucionalização das atividades espaciais no Brasil: histórias cruzadas

O primeiro país a se lançar ao cosmos foi a União Soviética, ao lançar o satélite Sputnik I, em 1957. A partir de então, o espaço se tornou a nova fronteira para a projeção de prestígio nacional e poderio dos Estados, principalmente EUA e URSS. Posteriormente, diversas nações desenvolveram a tecnolo...

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Bibliographic Details
Main Author: Renata Corrêa Ribeiro
Format: Article
Language:English
Published: Associação Brasileira de Relações Internacionais 2017-09-01
Series:Carta Internacional
Subjects:
Online Access:https://www.cartainternacional.abri.org.br/Carta/article/view/660
Description
Summary:O primeiro país a se lançar ao cosmos foi a União Soviética, ao lançar o satélite Sputnik I, em 1957. A partir de então, o espaço se tornou a nova fronteira para a projeção de prestígio nacional e poderio dos Estados, principalmente EUA e URSS. Posteriormente, diversas nações desenvolveram a tecnologia e passaram a disputar com as duas superpotências o domínio da ciência e do acesso ao espaço. O Brasil foi um dos pioneiros, entre os países em desenvolvimento, a se inclinar para as ciências espaciais. Em 1961, ainda durante o governo de Jânio Quadros, o programa espacial brasileiro começou a tomar uma forma institucionalizada, com a preocupação com a formação de cientistas e o estabelecimento de uma infraestrutura física com institutos de pesquisa e centros de lançamento. Questiona-se, no entanto, o motivo pelo qual as atividades espaciais terem sido iniciadas no Brasil em 1961. O objetivo deste artigo é, portanto, apresentar as razões que levaram à institucionalização das atividades espaciais durante a curta gestão de Jânio Quadros, a partir da criação do GOCNAE, em 1961. Argumenta-se que o caráter arrojado da política externa instituída por esse presidente, a chamada “Política Externa Independente”, possibilitou uma atuação mais pragmática em relação às ciências espaciais.
ISSN:2526-9038