KANTIANOS SÃO MUITO EMOTIVOS? UMA HIPÓTESE NEUROCIENTÍFICA

Na última década várias estudos empíricos sobre a moralidade foram publicados, utilizando ressonância magnética funcional, análises de cérebros lesionados e manipulações ambientais. A principal hipótese dessas pesquisas é que as intuições e emoções têm um papel crucial nos juízos morais. Porém, elas...

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Bibliographic Details
Main Author: Lincoln Frias
Format: Article
Language:deu
Published: Universidade Federal do Rio Grande do Norte 2015-07-01
Series:Princípios
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Online Access:https://periodicos.ufrn.br/principios/article/view/7516
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description Na última década várias estudos empíricos sobre a moralidade foram publicados, utilizando ressonância magnética funcional, análises de cérebros lesionados e manipulações ambientais. A principal hipótese dessas pesquisas é que as intuições e emoções têm um papel crucial nos juízos morais. Porém, elas não devem ser entendidas como mecanismos frívolos e puramente irracionais, mas sim como atalhos mentais lapidados pela seleção natural quando as situações exigem uma resposta rápida. Uma previsão dessa hipótese é que grande parte de nossas justificativas morais na verdade são meras racionalizações de avaliações inconscientes. Tais pesquisas sugeriram o Modelo do Processo Duplo, segundo o qual os juízos utilitaristas se baseiam nas áreas cerebrais mais associadas a planejamento e pensamento abstrato enquanto que os juízos deontológicos estão mais associados a áreas ativadas durante respostas intuitivas, de maneira que as pessoas tendem ao utilitarismo quando a carga emocional é baixa e tendem à deontologia quando o conteúdo emocional da situação é alto (Greene, 2008). O presente artigo apresenta esse modelo, as evidências a seu favor e as críticas feitas ele – em especial aquelas feitas por (Moll, J. & De Oliveira-Souza, R., 2007). Ao final são discutidas as implicações que a descoberta dos mecanismos intuitivos da moralidade pode ter para questões de ética prática e políticas públicas.
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