Vidas que importam

O presente trabalho busca compreender de que maneira os moradores do bairro da Terra Firme, na periferia de Belém, capital do Estado do Pará apreendem a narrativa do minidocumentário “Poderia ter sido você”, produzido pelo coletivo de mídia alternativa Tela Firme, após a chacina em 2014. O vídeo te...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Jetur Castro, Rosaly Brito
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Programa de Pós-Graduação em Comunicação 2022-08-01
Series:Revista Contracampo
Subjects:
Online Access:https://periodicos.uff.br/contracampo/article/view/51490
_version_ 1797826477979336704
author Jetur Castro
Rosaly Brito
author_facet Jetur Castro
Rosaly Brito
author_sort Jetur Castro
collection DOAJ
description O presente trabalho busca compreender de que maneira os moradores do bairro da Terra Firme, na periferia de Belém, capital do Estado do Pará apreendem a narrativa do minidocumentário “Poderia ter sido você”, produzido pelo coletivo de mídia alternativa Tela Firme, após a chacina em 2014. O vídeo tece uma contranarrativa, ao recriar uma realidade partilhada de maneira trágica pelos moradores, buscando despertar neles identificação, em contraste com a representação hegemônica e estigmatizante do bairro e de seus moradores, que circulou massivamente no discurso midiático à época da chacina. O minidocumentário se insere em um vigoroso movimento de produção audiovisual surgido nas periferias brasileiras desde a década passada, que ultrapassa a dimensão artística e assume contornos políticos, em que a autorrepresentação desponta como uma ideia central. Essas produções buscam restituir a fala historicamente negada a esta parcela da população no espaço público. A pesquisa tem como ponto de partida a dimensão intersubjetiva da experiência na produção de sentidos nesse contexto de violência urbana. De natureza qualitativa, a pesquisa alia a observação participante, sob uma perspectiva autoetnográfica e entrevistas com moradores do bairro, membros do coletivo que produziu o vídeo e mães de jovens assassinados na chacina. Investigou-se até que ponto estes sujeitos se reconhecem e veem sua realidade projetada na narrativa do minidocumentário e se ela consegue deslocar o olhar que têm de si próprios, na contramão das representações hegemônicas do discurso midiático. Logo, o que se percebeu é que a produção audiovisual do “Poderia ter sido você” se destaca como instrumento de produção e posicionamentos discursivos do Coletivo Tela Firme diante das chacinas ocorridas nas periferias de Belém em 2014, em que os moradores se reconhecem.  
first_indexed 2024-04-09T12:33:23Z
format Article
id doaj.art-4e965ad7414c44ef9fb9e53569c61823
institution Directory Open Access Journal
issn 1414-7483
2238-2577
language Portuguese
last_indexed 2024-04-09T12:33:23Z
publishDate 2022-08-01
publisher Programa de Pós-Graduação em Comunicação
record_format Article
series Revista Contracampo
spelling doaj.art-4e965ad7414c44ef9fb9e53569c618232023-05-16T02:33:22ZporPrograma de Pós-Graduação em ComunicaçãoRevista Contracampo1414-74832238-25772022-08-0141210.22409/contracampo.v41i2.51490Vidas que importamJetur Castro0Rosaly Brito1Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP)Universidade Federal do Pará O presente trabalho busca compreender de que maneira os moradores do bairro da Terra Firme, na periferia de Belém, capital do Estado do Pará apreendem a narrativa do minidocumentário “Poderia ter sido você”, produzido pelo coletivo de mídia alternativa Tela Firme, após a chacina em 2014. O vídeo tece uma contranarrativa, ao recriar uma realidade partilhada de maneira trágica pelos moradores, buscando despertar neles identificação, em contraste com a representação hegemônica e estigmatizante do bairro e de seus moradores, que circulou massivamente no discurso midiático à época da chacina. O minidocumentário se insere em um vigoroso movimento de produção audiovisual surgido nas periferias brasileiras desde a década passada, que ultrapassa a dimensão artística e assume contornos políticos, em que a autorrepresentação desponta como uma ideia central. Essas produções buscam restituir a fala historicamente negada a esta parcela da população no espaço público. A pesquisa tem como ponto de partida a dimensão intersubjetiva da experiência na produção de sentidos nesse contexto de violência urbana. De natureza qualitativa, a pesquisa alia a observação participante, sob uma perspectiva autoetnográfica e entrevistas com moradores do bairro, membros do coletivo que produziu o vídeo e mães de jovens assassinados na chacina. Investigou-se até que ponto estes sujeitos se reconhecem e veem sua realidade projetada na narrativa do minidocumentário e se ela consegue deslocar o olhar que têm de si próprios, na contramão das representações hegemônicas do discurso midiático. Logo, o que se percebeu é que a produção audiovisual do “Poderia ter sido você” se destaca como instrumento de produção e posicionamentos discursivos do Coletivo Tela Firme diante das chacinas ocorridas nas periferias de Belém em 2014, em que os moradores se reconhecem.   https://periodicos.uff.br/contracampo/article/view/51490Chacina de 2014 em BelémColetivo Tela Firme.Audiovisual periféricoAutorrepresentaçãoIntersubjetividade
spellingShingle Jetur Castro
Rosaly Brito
Vidas que importam
Revista Contracampo
Chacina de 2014 em Belém
Coletivo Tela Firme.
Audiovisual periférico
Autorrepresentação
Intersubjetividade
title Vidas que importam
title_full Vidas que importam
title_fullStr Vidas que importam
title_full_unstemmed Vidas que importam
title_short Vidas que importam
title_sort vidas que importam
topic Chacina de 2014 em Belém
Coletivo Tela Firme.
Audiovisual periférico
Autorrepresentação
Intersubjetividade
url https://periodicos.uff.br/contracampo/article/view/51490
work_keys_str_mv AT jeturcastro vidasqueimportam
AT rosalybrito vidasqueimportam