ASPECTOS SÓCIODEMOGRÁFICOS E IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DA APRESENTAÇÃO TARDIA APÓS O DIAGNÓSTICO DE HIV-1 EM UMA COORTE NORTE BRASILEIRA

Introdução/objetivo: O início tardio do monitoramento específico após a aquisição do HIV-1 é multifatorial e está relacionado ao perfil social dos pacientes. Objetivamos identificar os fatores sóciodemográficos associados à apresentação tardia e as consequências clínicas resultantes em uma coorte de...

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Bibliographic Details
Main Authors: Leonn Mendes Soares Pereira, Eliane dos Santos França, Iran Barros Costa, Igor Tenório Lima, Felipe Teixeira Lopes, Talita Antonia Furtado Monteiro, Olinda Macedo, Rita Catarina Medeiros Sousa, Felipe Bonfim Freitas, Igor Brasil Costa, Antonio Carlos Rosário Vallinoto
Format: Article
Language:English
Published: Elsevier 2022-01-01
Series:Brazilian Journal of Infectious Diseases
Online Access:http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1413867021005791
Description
Summary:Introdução/objetivo: O início tardio do monitoramento específico após a aquisição do HIV-1 é multifatorial e está relacionado ao perfil social dos pacientes. Objetivamos identificar os fatores sóciodemográficos associados à apresentação tardia e as consequências clínicas resultantes em uma coorte de pacientes do Pará/Brasil. Métodos: O total de 402 pacientes HIV-1 + foram monitorados por 24 meses, estando todos livres de terapia na coleta inicial. Aspectos sóciodemográficos foram obtidos de prontuários clínicos e questionários epidemiológicos. A carga viral foi quantificada por PCR em tempo real. A concentração de linfócitos e de citocinas foi quantificada por citometria de fluxo. Os dados longitudinais do monitoramento foram obtidos do banco SISCEL. As mutações de resistência foram sequenciadas por Sanger e plataforma 3130Ix1 e analisadas em Standford HIV Drug Resistance Database. Os esquemas terapêuticos foram obtidos do banco SICLOM. Resultados: Cerca de 4% da coorte teve apresentação tardia entre 7 a mais de 12 meses do diagnóstico primário; a procura ocorreu por orientação de terceiros ou início dos sintomas. Renda familiar abaixo de 1 salário e relações com profissionais do sexo foram fatores associados. O atraso resultou em: Três ou mais coinfecções, a maioria viral e bacteriana; Polissintomatologia, com combinação específica de mialgia e febre; Carga viral elevada e CD4 + baixo nos 6 primeiros meses; Manutenção da terapia sem trocas ao longo dos 24 meses, porém, com maior representação de esquemas de 2ª escolha. Na pré-terapia, pacientes tardios tinham altas dosagens de citocinas TH1 e baixa dosagem de citocinas TH2 e TH17; mutações de resistência não foram frequentes. Conclusões: Poucos fatores sóciodemográficos e comportamentais foram associados à apresentação tardia, porém, as consequências deste atraso se mostraram adversas à progressão esperada com o início imediato da terapia, principalmente nos primeiros 6 meses de monitoramento.
ISSN:1413-8670