Summary: | Este trabalho se propõe a trazer algumas reflexões sobre os conceitos saussurianos de língua e fala, que se acredita constituírem, embora de modos distintos, a base das teorias enunciativas de Émile Benveniste e de Oswald Ducrot. Parte-se das definições da opisição saussuriana entre esses conceitos, focalizando a prioridade concedida metodologicamente à língua que, atendendo às exigências de unidade e classificação, foi tomada como objeto de estudo da ciência lingüística. Analisam-se a seguir três artigos de Benveniste (1962, 1966 e 1970), procurando mostrar como, definindo a língua como sistema de signos (não na oposição entre língua e fala), a partir da noção de níveis de análise, chega-se ao sentido e ao discurso, embora sob a forma de duas lingüísticas distintas e como, em 1970, com o aparelho formal da enunciação, se pode afirmar a articulação teórica entre ambas. Tomando, a seguir, alguns textos escritos por Ducrot, observa-se que língua e fala são entendidos do ponto de vista metodológico respectivamente como conjunto de construções teóricas e como dados observáveis que se articulam, resultando em uma teoria que parte do pressuposto de que a argumentação está inscrita na língua
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