Indústria cultural e lutas simbólicas na MPB dos anos 1970: o caso do Sambão-Joia

Em meados da década de 1970, aparece, na literatura de jornalistas e críticos da música popular, o termo “sambão-joia”, utilizado para rotular um tipo de samba considerado de mau-gosto, estandardizado, alienado, massificado. Essas representações nos remetem ao problema da legitimidade deste novo rep...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Adelcio Camilo Machado
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação 2010-12-01
Series:Extraprensa
Subjects:
Online Access:http://www.revistas.usp.br/extraprensa/article/view/77222
Description
Summary:Em meados da década de 1970, aparece, na literatura de jornalistas e críticos da música popular, o termo “sambão-joia”, utilizado para rotular um tipo de samba considerado de mau-gosto, estandardizado, alienado, massificado. Essas representações nos remetem ao problema da legitimidade deste novo repertório, uma vez que os artistas ligados a esse segmento surgem num período onde, por um lado, consolida-se a indústria cultural no Brasil, fazendo com que a consagração do produto cultural se faça cada vez mais através do mercado, mas, por outro, são ainda avaliados por certos parâmetros de legitimidade, cristalizados nos anos 1960. Nesse sentido, procura-se observar em alguns sambistas do período, como a dupla Antonio Carlos e Jocafi, Benito di Paula e Martinho da Vila, de que maneira suas canções dialogam com esse conflito pela consagração cultural, contribuindo para melhor se compreender as especificidades da consolidação da indústria cultural no Brasil.
ISSN:1519-6895
2236-3467