CAPITAL SOCIAL EM SANTA CATARINA: O caso dos fóruns de desenvolvimento regional e um preâmbulo à sociologia da história econômica catarinense
Trata-se de resenha do livro Capital social em Santa Catarina: o caso dos Fóruns de Desenvolvimento Regional (EdiFurb, 2006), onde o autor procura analisar o movimento de descentralização política ocorrido no estado catarinense através da emergência dos mencionados Fóruns, interpretados sob a ótica...
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Published: |
Universidade Estadual do Oeste do Paraná
2000-01-01
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author | Walter Marcos Knaesel Birkner Marcos Antonio Mattedi |
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description | Trata-se de resenha do livro Capital social em Santa Catarina: o caso dos Fóruns de Desenvolvimento Regional (EdiFurb, 2006), onde o autor procura analisar o movimento de descentralização política ocorrido no estado catarinense através da emergência dos mencionados Fóruns, interpretados sob a ótica do neo-institucionalismo, cujo principal pressuposto politológico reside na perspectiva de demonstrar os efeitos dos arranjos políticos. Não obstante, trata-se de demonstrar a identificação desse processo com a idéia-força do capital social e suas possibilidades de manifestação. Nessa direção, o livro apresenta os objetivos e os principais atores dos Fóruns, apontando dificuldades, potencialidades e virtudes do processo. E, para os efeitos desta resenha, há um aspecto histórico-econômico a ressaltar, qual seja, o de demonstrar que o capital social é um fenômeno presente na constituição sócio-econômica do estado, sendo fator explicativo do assim denominado “modelo catarinense de desenvolvimento”, ao lado de fatores como o planejamento e o propalado empreendedorismo do empresário de origem européia. E, na tentativa de tornar o argumento mais ilustrativo, há uma estratégica recorrência ao trabalho da historiadora Maria Luiza Renaux Hering, que publicou em 1987 um livro resultante de sua tese de doutorado, intitulado: Colonização e indústria no Vale do Itajaí: o modelo catarinense de desenvolvimento (Edifurb). Ali, a autora procura evidenciar que o desenvolvimento da economia catarinense pode ser compreendido do ponto de vista do empreendedorismo schumpeteriano que ela identifica com facilidades no empresário local. Não obstante, embora não seja seu objetivo, a autora fornece pistas elucidativas acerca da presença do capital social. Por meio de sua demonstração de que os empreendimentos foram, em todos os casos, intermediados por fatores como a confiança interpessoal e a cooperação, a própria idéia do self made man torna-se vulnerável, já que o caráter coletivo dos empreendimentos é invariável nos exemplos oferecidos pela autora. Deste modo, o presente trabalho sugere uma revisão da história econômica catarinense, que aceite as contribuições da idéia norteadora do capital social e, de sobra, faça perceber certa aproximação entre a economia e a sociologia. |
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