A consciência estética das palavras e o romance que pensa entre corpos sonâmbulos
A relação da consciência estética e as condições epistemológicas de romances que têm compromisso com o conhecimento é o objeto do presente artigo. Desenvolver uma consciência estética das palavras é ler/ouvir uma obra romanesca na condição de indivíduo sensível que pensa ao lado, buscando nas entran...
Main Author: | |
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Format: | Article |
Language: | deu |
Published: |
Universidade Federal de Ouro Preto
2020-12-01
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Series: | Artefilosofia |
Subjects: | |
Online Access: | https://www.periodicos.ufop.br/raf/article/view/4282 |
Summary: | A relação da consciência estética e as condições epistemológicas de romances que têm compromisso com o conhecimento é o objeto do presente artigo. Desenvolver uma consciência estética das palavras é ler/ouvir uma obra romanesca na condição de indivíduo sensível que pensa ao lado, buscando nas entranhas do texto um eixo condutor e provocativo na narração de temas caros à humanidade. Hermann Broch, autor de ‘Os Sonâmbulos’ e experimentador de um tipo de romance de formação do conhecimento ou romance-ápice, arquitetou ousadamente na obra uma síntese de possibilidades textuais, até o esgotamento das formas narrativas possíveis, irrompendo no leitor consciência estética sem a qual o romance que pensa perde seu valor epistemológico. Entre corpos sonâmbulos, Broch articula narrações e argumentações possíveis para falar da morbidez da modernidade, evidenciado a decadência do espírito burguês e a desintegração de seus valores até alcançar o paradoxo da morte de uma época ainda em vida e do nascimento de uma nova ainda em gestação. Ao final, o que se alerta é que sem consciência estética das palavras que permita ao escritor escrever e ao leitor ler um romance que produza conhecimento, o encontro entre leitor e escritor recairá na obviedade da ficção que não pensa. |
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ISSN: | 1809-8274 2526-7892 |