Cirurgia no Aspergiloma Pulmonar: Experiência Mono-Institucional
Introdução: O aspergiloma ou micetoma é resultado da colonização saprofítica de uma cavidade pulmonar pelo Aspergillus. A cirurgia do aspergiloma é o único tratamento eficaz a longo prazo mas a alta incidência de complicações no intra e no pós-operatório fazem desta um tema controverso. Objetivos:...
Main Authors: | , , |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Ordem dos Médicos
2014-08-01
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Series: | Acta Médica Portuguesa |
Online Access: | https://www.actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/4875 |
Summary: | Introdução: O aspergiloma ou micetoma é resultado da colonização saprofítica de uma cavidade pulmonar pelo Aspergillus. A cirurgia do aspergiloma é o único tratamento eficaz a longo prazo mas a alta incidência de complicações no intra e no pós-operatório fazem desta um tema controverso.
Objetivos: Análise da experiência de um Centro de Cirurgia Cardiotorácica nos doentes com aspergiloma pulmonar e avaliação dos fatores que influenciaram o prognóstico após a terapêutica cirúrgica.
Material e Métodos: Análise retrospetiva incluindo todos os doentes com diagnóstico de aspergiloma pulmonar sujeitos a cirurgia de ressecção durante um período de 10 anos numa instituição (Junho 2001- Junho 2011).
Resultados: Foram incluídos 22 doentes (18 homens), com idade média de 51,0 + 17,4 anos. Destes, 46% dos doentes apresentavam hábitos tabágicos, 41% hábitos alcoólicos acentuados e 50% história pessoal de tuberculose. A maioria dos doentes apresentava um aspergiloma complexo (73%) e 17% um aspergiloma simples. A apresentação clínica mais frequente foi a hemoptise (50%). O procedimento cirúrgico consistiu em ressecção pulmonar atípica em 55%, lobectomia em 27% e pneumectomia em 9%. Dois doentes foram submetidos a toracoplastia. A mortalidade operatória foi de 5% (um doente). Em 36% dos doentes houve complicações no pós-operatório sendo as mais frequentes o pneumotórax (18%) e o empiema (18%). O follow-up médio foi de 52 meses (3 - 116) e a mortalidade aos cinco anos foi de 35%. Destes, quatro doentes faleceram por causas não relacionadas e três eram doentes imunodeprimidos. A mortalidade nos aspergilomas simples foi de 40% e 33% nos aspergilomas complexos.
Discussão: A abordagem cirúrgica mais frequente foi a ressecção pulmonar atípica. A taxa de complicações foi sobreponível à da literatura.
Conclusão: O tratamento cirúrgico do aspergiloma pulmonar apresenta uma baixa morbilidade e mortalidade pelo que permanece o tratamento de eleição nos doentes sem deterioração da função respiratória.
Palavras-chave: Aspergillus; Aspergilose Pulmonar/cirurgia.
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ISSN: | 0870-399X 1646-0758 |