Summary: | Resumo A crença de que a saúde do corpo estava intimamente atrelada às virtudes da alma fez-se premissa entre clérigos, religiosos, moralistas - e também entre médicos -, razão pela qual tratar os males da carne a partir de medicamentos para o espírito não foi incomum na América Portuguesa ao longo do período colonial, especialmente no século XVIII. Dos muitos “remédios” que poderiam ser aplicados àqueles corpos doentes e às almas pecaminosas, o recurso aos santos salta aos olhos como o mais eficaz, e obras como a Botica preciosa, e thesouro precioso da Lapa, escrita pelo missionário paulista Ângelo de Siqueira (1707-1776) e publicada em 1756, passam a ser cada vez mais usuais. Neste estudo, serão perscrutados os escritos produzidos por uma série de letrados católicos que, ao instruir os fiéis, prescreviam, a exemplo de Siqueira, as melhores formas de conservar ou reestabelecer, ao mesmo tempo, a saúde do espírito e do corpo.
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