| Summary: | A ontologia dialética pode ser reconstruída percorrendo dois caminhos complementares. A via ascendente (anabasis) parte da influência da ontologia de Platão, mediada por Nicolau de Cusa, sobre Bertalanffy, o fundador da teoria de sistemas. Esta abordagem teórica, uma vez convergindo com o darwinismo, dará nascimento à teoria dos sistemas adaptativos complexos e logo se espalhará pelas diversas ciências, transmudando-se de uma ontologia regional (ontologia da biologia) em parte relevante de uma nova ontologia geral (uma teoria do ser enquanto ser que, obviamente, não deve ser confundida aqui com uma ontologia meramente formal). O caminho descendente (katabasis), a via eminentemente filosófica, também parte de dois ramos distintos que, ao final, convergem: por um lado, esta via conduz da teoria das ideias de Platão ao idealismo alemão e à crítica imanente ao sistema de Hegel (tópico que tem sido, por um longo tempo, minha ocupação principal de pesquisa); por outro lado, e este será nosso tópico principal no presente ensaio, ela investiga o impacto decisivo do desenvolvimento autocrítico da filosofia de Platão sobre o projeto de uma ontologia relacional deflacionária ou, simplesmente, uma ontologia de redes
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