A Reparação da História e os Erros dos Seus Agentes em O Regresso de Júlia Mann a Paraty
É meu objetivo neste espaço analisar o mais recente livro de Teolinda Gersão, O Regresso de Júlia Mann a Paraty (2021), à luz do conceito de psicologia negra desenvolvido por Wade W. Nobles. Pretendo, assim, complexificar uma das questões centrais do romance, proferida por Sigmund Freud, o pai da p...
Main Author: | |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS)
2022-06-01
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Series: | Comunicação e Sociedade |
Subjects: | |
Online Access: | https://revistacomsoc.pt/index.php/revistacomsoc/article/view/3663 |
Summary: | É meu objetivo neste espaço analisar o mais recente livro de Teolinda Gersão, O Regresso de Júlia Mann a Paraty (2021), à luz do conceito de psicologia negra desenvolvido por Wade W. Nobles. Pretendo, assim, complexificar uma das questões centrais do romance, proferida por Sigmund Freud, o pai da psicanálise, tornado por Gersão (2021) em personagem-narrador fictícia: “será possível que sejamos incapazes de progredir no plano ético, do mesmo modo que, afinal, parecemos incapazes de amor e compaixão?” (p. 14). Ao mesmo tempo, pretendo também desconstruir o que o romance nos aponta como os erros de dois dos mais significativos agentes da história, tanto no campo científico como no literário. Influenciados e influenciadores intelectualmente, as grandes figuras da história literária, científica e do pensamento presentes no livro de Gersão foram alvo do mesmo lapso: o não questionamento crítico de um mundo apoiado na hegemonia branca, em que a diferença e a dignidade do “outro” foram rasuradas. Basendo-me no trabalho de Catherine Hall e Corinna McLeod, entre outros, sobre o processo da escrita da história como um processo reparatório demonstro ainda como O Regresso de Júlia Mann a Paraty efetua um diálogo crítico e reparador com o passado que se espelha no presente.
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ISSN: | 1645-2089 2183-3575 |