Summary: | Este trabalho visa a discutir as relações etiológicas existentes entre as falhas ambientais do início da vida e os processos de subjetivação nos casos-limite. Partindo de uma metapsicologia relacional, compreendemos essas falhas como desencontros psicobiológicos entre o bebê e o ambiente de cuidados, incluindo nesses desencontros, tanto as expectativas do sujeito em constituição quanto a capacidade do ambiente em atendê-las. Esses desencontros são compreendidos como portadores de intensa carga traumática na medida em que enfatizo o aspecto da assimetria que caracteriza as relações de objeto iniciais, e por isso atribuo ao ambiente de cuidados um papel de protagonismo nos processos de constituição psíquica e seus possíveis desdobramentos psicopatológicos. Essa discussão transcorre sobre alguns conceitos psicanalíticos que fundamentam a metapsicologia relacional a partir de um diálogo sobre a noção de trauma e suas diferentes nuances no âmbito das teorias psicanalíticas sobre a personalidade esquizoide, o falso-self e a falha básica.
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