Teatro e Formação Cultural: limites e possibilidades da arte da representação como testemunho do sofrimento
Este artigo tem como objetivo refletir sobre a formação do indivíduo por meio do entrelaçamento entre o conhecimento científico e o artístico. A articulação e contraposição entre estes conhecimentos foram fundamentadas na investigação de grupos de teatro amador em que participavam universitários. Te...
Main Authors: | , |
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Format: | Article |
Language: | Portuguese |
Published: |
Universidade de Fortaleza
2016-05-01
|
Series: | Revista Subjetividades |
Subjects: | |
Online Access: | https://periodicos.unifor.br/rmes/article/view/4973 |
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author | Cynthia Maria Jorge Viana Kety Valéria Simões Franciscatti |
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description | Este artigo tem como objetivo refletir sobre a formação do indivíduo por meio do entrelaçamento entre o conhecimento científico e o artístico. A articulação e contraposição entre estes conhecimentos foram fundamentadas na investigação de grupos de teatro amador em que participavam universitários. Tendo como referencial a Teoria Crítica da Sociedade, investigaram-se as dimensões do processo de criação artístico da obra teatral e a importância dos microgrupos e de vínculos afetivos que resguardassem algo do movimento formativo. Além da sistematização do marco teórico e do referencial sobre a tradição teatral sanjoanense, foram escolhidos três grupos de teatro amador da cidade para acompanhamento dos ensaios e das apresentações. Durante este processo, realizaram-se entrevistas com diretores e atores universitários a partir de um roteiro pré-elaborado. O registro das observações foi feito em diários de campo. Com o acompanhamento dos grupos, foi possível perceber que eles se diferiram quanto às técnicas de representação, conteúdo dos espetáculos, dinâmica grupal e de criação artística. Quando privilegiavam o contato afetivo, proporcionavam – de algum modo – identificação e diferenciação e se tornavam espaços privilegiados à formação. Mas, ao abdicarem de sua função psicossocial – de propiciar momentos não ameaçadores relacionados à possibilidade de experiência –, tornavam-se reprodutores de sofrimentos. Resguardada a tensão forma e conteúdo, a arte revela sofrimentos desnecessários: mutilações que afligem a humanidade. Porém, se a forma aparece como conteúdo, mesmo quando algo da expressão salta, o potencial crítico da arte se reduz. Isto parece estar refletido de alguma maneira nos grupos observados, que imersos na ideologia da sociedade industrial, acabam traindo a fidelidade que a expressão mantém com a moção pulsional e reproduzindo aquilo que a arte poderia revelar como testemunho e negação da realidade. |
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