MUDANÇA NO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS MIOCARDITES 2020-2021: UM ESTUDO COORTE RETROSPECTIVO DE BASE HOSPITALAR, ESTADO DE SÃO PAULO 2010-2021

Introdução: Miocardites são afecções inflamatórias do miocárdio, com ou sem disfunção cardíaca, de etiologia infecciosa, autoimune ou idiopática. A pandemia de Covid-19 colocou um holofote nesta condição clínica, já que a miocardite está descrita como complicação importante da infecção por Sars-Cov-...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Ivan Lira dos Santos, Elisa Teixeira Mendes
Format: Article
Language:English
Published: Elsevier 2022-09-01
Series:Brazilian Journal of Infectious Diseases
Online Access:http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1413867022002768
_version_ 1811273785353961472
author Ivan Lira dos Santos
Elisa Teixeira Mendes
author_facet Ivan Lira dos Santos
Elisa Teixeira Mendes
author_sort Ivan Lira dos Santos
collection DOAJ
description Introdução: Miocardites são afecções inflamatórias do miocárdio, com ou sem disfunção cardíaca, de etiologia infecciosa, autoimune ou idiopática. A pandemia de Covid-19 colocou um holofote nesta condição clínica, já que a miocardite está descrita como complicação importante da infecção por Sars-Cov-2. Objetivo: Avaliar incidência de hospitalizações por miocardite no período pré pandêmico (2010-2019) versus após o início da pandemia (2020-2021) no estado de São Paulo. Método: Estudo de coorte retrospectivo abordando hospitalizações por miocardites 2010 a 2022, no estado de São Paulo. Os pacientes foram separados em dois períodos, uma de hospitalizações 2010-2019 e outra 2020-2021 para avaliar possível efeito da pandemia da COVID-19. Critérios de inclusão foi diagnóstico principal de miocardite pelo CID-10 I40-I41, critérios de exclusão foram CID-10 I410 (Miocardite em doenças bacterianas classificadas em outra parte), grávidas e pacientes internados em leitos cirúrgicos. A base de dados secundária foi Sistema de Informação Hospitalar (SIH-DATASUS), utilizou-se o software R-Studio. Resultados: Foram selecionadas 1.664 hospitalizações por miocardite, das quais 277 ocorreram na coorte 2020-2021 e dentre essas 29 possuem registro concomitante de Covid-19 e miocardite. A amostra é composta majoritariamente de homens (58%), brancos (57%) com importante subnotificação de raça/cor (20%), de mediana de idade 47 e intervalo interquartil (IQR:21-66), mediana de 5 dias (IQR:3-9) dias de hospitalização. A letalidade da coorte 2010-2019 fora de 7% e necessidade de UTI 24%, já para 2020-2021 temos 14% e 31% respectivamente (p < 0,05). Quando comparamos os períodos, via regressão logística múltipla, temos que ser internado por miocardite em 2020-2021 versus 2010-2019 é um fator de risco para óbito (OR = 1,98; IC95% = 1,30-2,99), para UTI (OR = 1,40; IC95% = 1,04-1,87), acometendo faixas etárias dos 20-39 anos (OR = 1,78; IC95%=1,20-2.66) e 40-49 (OR = 1,52; IC95% = 1,01-2,28). Conclusão: Hospitalizados por miocardites em 2020-2021 são pacientes de maior gravidade comparados a série histórica; possuem maior risco de serem jovens na faixa de 20-39 anos, necessitarem de UTI e óbito. Mais estudos são necessários par elucidar se esse risco elevado se associa ao SarsCov-2.
first_indexed 2024-04-12T23:06:56Z
format Article
id doaj.art-568d40c1845742d5a4e638e7e1dee32f
institution Directory Open Access Journal
issn 1413-8670
language English
last_indexed 2024-04-12T23:06:56Z
publishDate 2022-09-01
publisher Elsevier
record_format Article
series Brazilian Journal of Infectious Diseases
spelling doaj.art-568d40c1845742d5a4e638e7e1dee32f2022-12-22T03:12:54ZengElsevierBrazilian Journal of Infectious Diseases1413-86702022-09-0126102589MUDANÇA NO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS MIOCARDITES 2020-2021: UM ESTUDO COORTE RETROSPECTIVO DE BASE HOSPITALAR, ESTADO DE SÃO PAULO 2010-2021Ivan Lira dos Santos0Elisa Teixeira Mendes1Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Campinas, SP, BrasilPontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Campinas, SP, BrasilIntrodução: Miocardites são afecções inflamatórias do miocárdio, com ou sem disfunção cardíaca, de etiologia infecciosa, autoimune ou idiopática. A pandemia de Covid-19 colocou um holofote nesta condição clínica, já que a miocardite está descrita como complicação importante da infecção por Sars-Cov-2. Objetivo: Avaliar incidência de hospitalizações por miocardite no período pré pandêmico (2010-2019) versus após o início da pandemia (2020-2021) no estado de São Paulo. Método: Estudo de coorte retrospectivo abordando hospitalizações por miocardites 2010 a 2022, no estado de São Paulo. Os pacientes foram separados em dois períodos, uma de hospitalizações 2010-2019 e outra 2020-2021 para avaliar possível efeito da pandemia da COVID-19. Critérios de inclusão foi diagnóstico principal de miocardite pelo CID-10 I40-I41, critérios de exclusão foram CID-10 I410 (Miocardite em doenças bacterianas classificadas em outra parte), grávidas e pacientes internados em leitos cirúrgicos. A base de dados secundária foi Sistema de Informação Hospitalar (SIH-DATASUS), utilizou-se o software R-Studio. Resultados: Foram selecionadas 1.664 hospitalizações por miocardite, das quais 277 ocorreram na coorte 2020-2021 e dentre essas 29 possuem registro concomitante de Covid-19 e miocardite. A amostra é composta majoritariamente de homens (58%), brancos (57%) com importante subnotificação de raça/cor (20%), de mediana de idade 47 e intervalo interquartil (IQR:21-66), mediana de 5 dias (IQR:3-9) dias de hospitalização. A letalidade da coorte 2010-2019 fora de 7% e necessidade de UTI 24%, já para 2020-2021 temos 14% e 31% respectivamente (p < 0,05). Quando comparamos os períodos, via regressão logística múltipla, temos que ser internado por miocardite em 2020-2021 versus 2010-2019 é um fator de risco para óbito (OR = 1,98; IC95% = 1,30-2,99), para UTI (OR = 1,40; IC95% = 1,04-1,87), acometendo faixas etárias dos 20-39 anos (OR = 1,78; IC95%=1,20-2.66) e 40-49 (OR = 1,52; IC95% = 1,01-2,28). Conclusão: Hospitalizados por miocardites em 2020-2021 são pacientes de maior gravidade comparados a série histórica; possuem maior risco de serem jovens na faixa de 20-39 anos, necessitarem de UTI e óbito. Mais estudos são necessários par elucidar se esse risco elevado se associa ao SarsCov-2.http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1413867022002768
spellingShingle Ivan Lira dos Santos
Elisa Teixeira Mendes
MUDANÇA NO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS MIOCARDITES 2020-2021: UM ESTUDO COORTE RETROSPECTIVO DE BASE HOSPITALAR, ESTADO DE SÃO PAULO 2010-2021
Brazilian Journal of Infectious Diseases
title MUDANÇA NO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS MIOCARDITES 2020-2021: UM ESTUDO COORTE RETROSPECTIVO DE BASE HOSPITALAR, ESTADO DE SÃO PAULO 2010-2021
title_full MUDANÇA NO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS MIOCARDITES 2020-2021: UM ESTUDO COORTE RETROSPECTIVO DE BASE HOSPITALAR, ESTADO DE SÃO PAULO 2010-2021
title_fullStr MUDANÇA NO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS MIOCARDITES 2020-2021: UM ESTUDO COORTE RETROSPECTIVO DE BASE HOSPITALAR, ESTADO DE SÃO PAULO 2010-2021
title_full_unstemmed MUDANÇA NO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS MIOCARDITES 2020-2021: UM ESTUDO COORTE RETROSPECTIVO DE BASE HOSPITALAR, ESTADO DE SÃO PAULO 2010-2021
title_short MUDANÇA NO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS MIOCARDITES 2020-2021: UM ESTUDO COORTE RETROSPECTIVO DE BASE HOSPITALAR, ESTADO DE SÃO PAULO 2010-2021
title_sort mudanca no perfil epidemiologico das miocardites 2020 2021 um estudo coorte retrospectivo de base hospitalar estado de sao paulo 2010 2021
url http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1413867022002768
work_keys_str_mv AT ivanliradossantos mudancanoperfilepidemiologicodasmiocardites20202021umestudocoorteretrospectivodebasehospitalarestadodesaopaulo20102021
AT elisateixeiramendes mudancanoperfilepidemiologicodasmiocardites20202021umestudocoorteretrospectivodebasehospitalarestadodesaopaulo20102021