Artimanhas do acaso

Há onze anos atrás, ao fazer uma série de entrevistas com cientistas sociais, observei um fenômeno curioso. Meu objetivo na época era esclarecer aspectos que haviam ficado nebulosos para mim, mesmo depois de haver lido as obras e estudado as carreiras intelectuais destes autores, a quem considerava...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Mariza G. S. Peirano
Format: Article
Language:English
Published: Universidade de Brasília 2018-01-01
Series:Anuário Antropológico
Subjects:
Online Access:https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6427
_version_ 1797703383506747392
author Mariza G. S. Peirano
author_facet Mariza G. S. Peirano
author_sort Mariza G. S. Peirano
collection DOAJ
description Há onze anos atrás, ao fazer uma série de entrevistas com cientistas sociais, observei um fenômeno curioso. Meu objetivo na época era esclarecer aspectos que haviam ficado nebulosos para mim, mesmo depois de haver lido as obras e estudado as carreiras intelectuais destes autores, a quem considerava fundamentais para a compreensão do desenvolvimento das ciências sociais no Brasil. A maioria deles havia nascido na década de 20 e estava, portanto, entre seus cinqüenta e sessenta anos de idade. Entre eles estavam Florestan Fernandes, Antonio Candido, Darcy Ribeiro e, o caçula, Roberto Cardoso de Oliveira. Nestas entrevistas, cujas duração foi de aproximadamente duas horas para cada autor, surpreendi-me ao ouvir com freqüência a expressão "Foi por acaso" ou "tratou-se de um fenômeno ocasional" para explicar a mudança de rumo em determinado momento de suas carreiras. Todos lançaram mão do acaso nas conversas que mantivemos.Há onze anos atrás, ao fazer uma série de entrevistas com cientistas sociais, observei um fenômeno curioso. Meu objetivo na época era esclarecer aspectos que haviam ficado nebulosos para mim, mesmo depois de haver lido as obras e estudado as carreiras intelectuais destes autores, a quem considerava fundamentais para a compreensão do desenvolvimento das ciências sociais no Brasil. A maioria deles havia nascido na década de 20 e estava, portanto, entre seus cinqüenta e sessenta anos de idade. Entre eles estavam Florestan Fernandes, Antonio Candido, Darcy Ribeiro e, o caçula, Roberto Cardoso de Oliveira. Nestas entrevistas, cujas duração foi de aproximadamente duas horas para cada autor, surpreendi-me ao ouvir com freqüência a expressão "Foi por acaso" ou "tratou-se de um fenômeno ocasional" para explicar a mudança de rumo em determinado momento de suas carreiras. Todos lançaram mão do acaso nas conversas que mantivemos.
first_indexed 2024-03-12T05:03:44Z
format Article
id doaj.art-5906c8ff45474245bf5d97c1598a78df
institution Directory Open Access Journal
issn 0102-4302
2357-738X
language English
last_indexed 2024-03-12T05:03:44Z
publishDate 2018-01-01
publisher Universidade de Brasília
record_format Article
series Anuário Antropológico
spelling doaj.art-5906c8ff45474245bf5d97c1598a78df2023-09-03T09:00:53ZengUniversidade de BrasíliaAnuário Antropológico0102-43022357-738X2018-01-01141Artimanhas do acasoMariza G. S. Peirano Há onze anos atrás, ao fazer uma série de entrevistas com cientistas sociais, observei um fenômeno curioso. Meu objetivo na época era esclarecer aspectos que haviam ficado nebulosos para mim, mesmo depois de haver lido as obras e estudado as carreiras intelectuais destes autores, a quem considerava fundamentais para a compreensão do desenvolvimento das ciências sociais no Brasil. A maioria deles havia nascido na década de 20 e estava, portanto, entre seus cinqüenta e sessenta anos de idade. Entre eles estavam Florestan Fernandes, Antonio Candido, Darcy Ribeiro e, o caçula, Roberto Cardoso de Oliveira. Nestas entrevistas, cujas duração foi de aproximadamente duas horas para cada autor, surpreendi-me ao ouvir com freqüência a expressão "Foi por acaso" ou "tratou-se de um fenômeno ocasional" para explicar a mudança de rumo em determinado momento de suas carreiras. Todos lançaram mão do acaso nas conversas que mantivemos.Há onze anos atrás, ao fazer uma série de entrevistas com cientistas sociais, observei um fenômeno curioso. Meu objetivo na época era esclarecer aspectos que haviam ficado nebulosos para mim, mesmo depois de haver lido as obras e estudado as carreiras intelectuais destes autores, a quem considerava fundamentais para a compreensão do desenvolvimento das ciências sociais no Brasil. A maioria deles havia nascido na década de 20 e estava, portanto, entre seus cinqüenta e sessenta anos de idade. Entre eles estavam Florestan Fernandes, Antonio Candido, Darcy Ribeiro e, o caçula, Roberto Cardoso de Oliveira. Nestas entrevistas, cujas duração foi de aproximadamente duas horas para cada autor, surpreendi-me ao ouvir com freqüência a expressão "Foi por acaso" ou "tratou-se de um fenômeno ocasional" para explicar a mudança de rumo em determinado momento de suas carreiras. Todos lançaram mão do acaso nas conversas que mantivemos. https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6427Antropologia
spellingShingle Mariza G. S. Peirano
Artimanhas do acaso
Anuário Antropológico
Antropologia
title Artimanhas do acaso
title_full Artimanhas do acaso
title_fullStr Artimanhas do acaso
title_full_unstemmed Artimanhas do acaso
title_short Artimanhas do acaso
title_sort artimanhas do acaso
topic Antropologia
url https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6427
work_keys_str_mv AT marizagspeirano artimanhasdoacaso