Summary: | Resumo: Ao desvendar os dilemas latino-americanos, pesquisadores deparam-se diante de alusões à América Latina - “Novo Mundo, “Terceiro Mundo”, “países periféricos”, etc.-, sendo essas difundidas em produções bibliográficas que as veiculam sob diferentes enfoques, entre eles, o histórico, filosófico, sociológico e o econômico. Sendo assim, o objetivo aqui é assinalar que por meio dessa multiplicidade de enfoques é possível averiguarmos que essas denotações não só se constituem como demarcações baseadas em critérios classificatórios[1], como se tratam de reafirmações identitárias que conduzidas sob o fenômeno da diferenciação[2] detêm o poder de conferir à América Latina traços submissos. Além de sugerirem sobre o que é “desenvolvido” e o “primitivo”, essas reafirmações identitárias, em seu significado mais ínfimo, evocam uma História latino-americana marcada pela dominação, subalternidade e a condição servil e, para tanto, se esforçam para se convergirem a um referencial- a “região América Latina”. Esse esforço tanto se consubstancia em processos discursivos e simbólicos difundidos por agentes de diferentes campos da ciência, como nos sugerem a identidade regional da América Latina que tem como plano de fundo um panorama de inferioridade e atraso.
[1] Essa pesquisa não se detém no estudo dos fundamentos metodológicos de tais critérios.
[2] Para Silva (2004, p.81), “a diferenciação é o processo central pelo qual a identidade e a diferença são produzidas”. Entre os processos que traduzem a diferenciação, se pode destacar a demarcação de fronteiras como “nós” e “eles”, “desenvolvidos” e “primitivos”.
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