SISTEMAS MNS E P: REALIDADE DO SERVIÇO DE IMUNOHEMOTERAPIA (SIMU) DO INSTITUTO PORTUGUÊS DE ONCOLOGIA DE COIMBRA (IPOC)
Introdução: O sistema MNS foi o segundo sistema sanguíneo a ser descoberto. Atualmente são conhecidos 46 antigénios pertencentes a este grupo sanguíneo, embora sem provada relevância clinica. Os anticorpos para o antigénio M e N pertencem à classe IgM são naturais, reagem a frio e raramente causam h...
Main Authors: | , , , , , , , , |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Elsevier
2021-10-01
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Series: | Hematology, Transfusion and Cell Therapy |
Online Access: | http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137921007094 |
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author | AC Pereira A Grazina P Henriques C Vaz G Correia R Nunes C Soares V Mykhayliv C Spencer |
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description | Introdução: O sistema MNS foi o segundo sistema sanguíneo a ser descoberto. Atualmente são conhecidos 46 antigénios pertencentes a este grupo sanguíneo, embora sem provada relevância clinica. Os anticorpos para o antigénio M e N pertencem à classe IgM são naturais, reagem a frio e raramente causam hemólise sendo dito, por isso, que não são clinicamente significativos. No caso do S e s os anticorpos são imunes (surgem após exposição ao antigénio), pertencem à classe IgG reagindo maioritariamente a 37°C e por isso são tidos como clinicamente significativos. O sistema P, à semelhança do sistema MNS, foi descoberto por Landsteiner e Levine em 1927 com a descrição dos antigénios P, P1 e Pk. A expressão destes antigénios traduz-se em cinco fenótipos possíveis nomeadamente P1, P2,p, P1K e P2K. Os anticorpos do sistema P1 pertencem à classe IgM são anticorpos naturais e caracterizam-se por apresentar maior reatividade à temperatura ambiente (TA). Embora raramente originem reações transfusionais hemolíticas, existem casos descritos na literatura de anti-P1 reativos a 37°C, capazes de provocar estas reações. Objetivos: Rever a literatura, determinar a prevalência e caracterizar os anticorpos dos Sistemas MNS e P identificados no SIMU do IPOC. Métodos: Estudo retrospetivo de dados relativos a doentes do IPOC, a quem foram identificados aloanticorpos no período entre julho de 2020 a junho 2021. A deteção de aloanticorpos ocorreu na população de doentes que efetuaram determinação do grupo sanguíneo completo/provas de compatibilidade. A identificação é efetuada recorrendo a um painel de identificação constituído por 16 células comerciais, pela técnica de referência, em tubo, nos meios Salino TA, salino 37°C, enzimático e antiglobulina (AGH). Resultados: No período em análise, foram identificados 32 aloanticorpos: 5 Anti-Lea, 5 Anti-D,4 Anti-Leb, 4 Anti-E, 4 Anti-M, 2 Anti-C, 2 Anti-P1, 2 Anti- Lua, 1 Anti- Jka, 1 Anti-K, 1 Anti- Cw e 1 Anti-Jkb. Os anticorpos dos sistemas MNS e P representam aproximadamente 20% da totalidade dos anticorpos identificados no período descrito. Estes anticorpos reagiram preferencialmente em meio Salino à TA (100%). Obteve-se ainda reação em salino a 37°C em 16% e em AGH em 83%. Conclusão: As caraterísticas evidenciadas por estes anticorpos vão de encontro ao descrito na literatura, sendo, o meio preferencial de reação o meio salino, à TA. Os meses em que foram identificados estes anticorpos, período de novembro a abril, correspondem a meses com temperatura ambiente mais baixa, o que poderá ter potenciado as reações e aumentado a probabilidade de deteção. Devido às características evidenciadas neste estudo (16% reativos a 37°C e 83% reativos em AGH), e apesar de habitualmente serem considerados sem significado clínico, na prática transfusional do SIMU serão sempre transfundidos concentrados de eritrócitos sem o antigénio em causa. |
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