“Todas as falhas e virtudes desse povo”: considerações sobre a composição racial da Força Expedicionária Brasileira
Entre 1944 e 1945, o Brasil enviou um pequeno exército de 25 mil homens, a Força Expedicionária Brasileira (FEB), para combater as forças do Eixo na Segunda Guerra Mundial. Essa força foi caracterizada por ser a única combatente, em toda a guerra, que foi integrada, em termos raciais. Tão importante...
Main Author: | |
---|---|
Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Universidade Estadual de Londrina
2020-08-01
|
Series: | Antíteses |
Subjects: | |
Online Access: | https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/39487 |
_version_ | 1828343727474606080 |
---|---|
author | Francisco Cesar Alves Ferraz |
author_facet | Francisco Cesar Alves Ferraz |
author_sort | Francisco Cesar Alves Ferraz |
collection | DOAJ |
description | Entre 1944 e 1945, o Brasil enviou um pequeno exército de 25 mil homens, a Força Expedicionária Brasileira (FEB), para combater as forças do Eixo na Segunda Guerra Mundial. Essa força foi caracterizada por ser a única combatente, em toda a guerra, que foi integrada, em termos raciais. Tão importante quanto a integração, a composição da FEB foi retratada, na época e na memória coletiva, como uma “amostra racial” do Brasil. Essa imagem de relações raciais harmônicas também ajudou a alimentar o mito da democracia racial. O objetivo deste artigo é revisar a formação racial da FEB, verificando a documentação disponível em arquivos militares e civis brasileiros e a historiografia recente. Este estudo conclui que a FEB, com ligeiras diferenças, reproduziu a estrutura racial da população brasileira em sua composição. No entanto, esse “caldeirão multiétnico e cultural” foi uma consequência não planejada do processo de recrutamento da divisão expedicionária, uma vez que o objetivo das autoridades do Exército era recrutar uma “elite”, com critérios de saúde física e alfabetização que poderiam ser excludentes para uma parte da juventude não branca. No entanto, devido às dificuldades de recrutamento seletivo e evasão de parte das classes média e alta, predominantemente brancas, foi enviado para a guerra uma tropa com origens raciais e culturais que pode ser considerada uma espécie de “amostra” da sociedade brasileira. |
first_indexed | 2024-04-13T23:47:04Z |
format | Article |
id | doaj.art-5c5f5e82815641ecaf3bfac7495abd77 |
institution | Directory Open Access Journal |
issn | 1984-3356 |
language | English |
last_indexed | 2024-04-13T23:47:04Z |
publishDate | 2020-08-01 |
publisher | Universidade Estadual de Londrina |
record_format | Article |
series | Antíteses |
spelling | doaj.art-5c5f5e82815641ecaf3bfac7495abd772022-12-22T02:24:16ZengUniversidade Estadual de LondrinaAntíteses1984-33562020-08-01132510.5433/1984-3356.2020v13n25p242“Todas as falhas e virtudes desse povo”: considerações sobre a composição racial da Força Expedicionária BrasileiraFrancisco Cesar Alves Ferraz0Universidade Estadual de LondrinaEntre 1944 e 1945, o Brasil enviou um pequeno exército de 25 mil homens, a Força Expedicionária Brasileira (FEB), para combater as forças do Eixo na Segunda Guerra Mundial. Essa força foi caracterizada por ser a única combatente, em toda a guerra, que foi integrada, em termos raciais. Tão importante quanto a integração, a composição da FEB foi retratada, na época e na memória coletiva, como uma “amostra racial” do Brasil. Essa imagem de relações raciais harmônicas também ajudou a alimentar o mito da democracia racial. O objetivo deste artigo é revisar a formação racial da FEB, verificando a documentação disponível em arquivos militares e civis brasileiros e a historiografia recente. Este estudo conclui que a FEB, com ligeiras diferenças, reproduziu a estrutura racial da população brasileira em sua composição. No entanto, esse “caldeirão multiétnico e cultural” foi uma consequência não planejada do processo de recrutamento da divisão expedicionária, uma vez que o objetivo das autoridades do Exército era recrutar uma “elite”, com critérios de saúde física e alfabetização que poderiam ser excludentes para uma parte da juventude não branca. No entanto, devido às dificuldades de recrutamento seletivo e evasão de parte das classes média e alta, predominantemente brancas, foi enviado para a guerra uma tropa com origens raciais e culturais que pode ser considerada uma espécie de “amostra” da sociedade brasileira.https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/39487Força Expedicionária BrasileiraExército BrasileiroRelações raciaisDemocracia racial |
spellingShingle | Francisco Cesar Alves Ferraz “Todas as falhas e virtudes desse povo”: considerações sobre a composição racial da Força Expedicionária Brasileira Antíteses Força Expedicionária Brasileira Exército Brasileiro Relações raciais Democracia racial |
title | “Todas as falhas e virtudes desse povo”: considerações sobre a composição racial da Força Expedicionária Brasileira |
title_full | “Todas as falhas e virtudes desse povo”: considerações sobre a composição racial da Força Expedicionária Brasileira |
title_fullStr | “Todas as falhas e virtudes desse povo”: considerações sobre a composição racial da Força Expedicionária Brasileira |
title_full_unstemmed | “Todas as falhas e virtudes desse povo”: considerações sobre a composição racial da Força Expedicionária Brasileira |
title_short | “Todas as falhas e virtudes desse povo”: considerações sobre a composição racial da Força Expedicionária Brasileira |
title_sort | todas as falhas e virtudes desse povo consideracoes sobre a composicao racial da forca expedicionaria brasileira |
topic | Força Expedicionária Brasileira Exército Brasileiro Relações raciais Democracia racial |
url | https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/39487 |
work_keys_str_mv | AT franciscocesaralvesferraz todasasfalhasevirtudesdessepovoconsideracoessobreacomposicaoracialdaforcaexpedicionariabrasileira |