Patologia Vestibular em Idade Pediátrica: Análise Retrospetiva e Revisão da Literatura
Introdução: A patologia vestibular na população pediátrica é um tema bastante controverso, mas que tem ganho cada vez mais destaque. A prevalência reportada nesta população varia entre 0,7% e 15%. No entanto, este valor pode estar subestimado, uma vez que a sua forma de expressão na população pediá...
Main Authors: | , , , , , , |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Ordem dos Médicos
2021-06-01
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Series: | Acta Médica Portuguesa |
Subjects: | |
Online Access: | https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/13147 |
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author | António Fontes Lima Filipa Carvalho Moreira Ana Sousa Menezes Isabel Esteves Costa Cátia Azevedo Sergio Vilarinho Luis Dias |
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Introdução: A patologia vestibular na população pediátrica é um tema bastante controverso, mas que tem ganho cada vez mais destaque. A prevalência reportada nesta população varia entre 0,7% e 15%. No entanto, este valor pode estar subestimado, uma vez que a sua forma de expressão na população pediátrica é muito diferente da dos adultos, podendo ir desde a vertigem rotatória até queixas de alterações da visão, cefaleias, atraso motor ou dificuldades na aprendizagem. Embora na literatura a otite média com efusão seja considerada a principal causa de disfunção vestibular nesta faixa etária, existem outras que devem ser consideradas. O objetivo deste estudo foi descrever as características clínicas da população pediátrica encaminhada para avaliação em consulta de Otorrinolaringologia num hospital terciário, por suspeita de disfunção vestibular, desde o ano de 2013 até 2017; Também se pretendeu comparar os resultados e realizar uma revisão da literatura acerca das etiologias mais frequentes, características diagnósticas e abordagem terapêutica.
Material e Métodos: Foram analisados de forma retrospetiva os processos clínicos dos doentes observados na consulta de subespecialidade de Vertigem de Otorrinolaringologia com idades entre 0 e 18 anos. Foram excluídos os doentes com diagnóstico de otite média com efusão.
Resultados: Cumpriam os critérios de inclusão 37 doentes, dos quais 59% eram do sexo feminino, sendo a idade média da primeira consulta de 10,9 anos. O motivo mais frequente de referenciação foi a vertigem rotatória. As náuseas e cefaleias foram também sintomas frequentemente descritos. Todos os doentes foram submetidos a audiometria tonal; a videonistagmografia foi realizada em 41% dos casos; exames de imagem foram realizados em 59% dos doentes. No que respeita às etiologias do quadro, as mais frequentes foram a enxaqueca vestibular e a vertigem paroxística benigna da infância (ambas em 27% dos casos), seguida da neuronite vestibular (em 22% dos casos).
Discussão: Embora os resultados sejam, em parte, sobreponíveis à literatura, comparativamente a outros centros de referência a diversidade de motivos de referenciação e de patologias é menor, o que pode apontar para o subdiagnóstico da disfunção vestibular nesta faixa etária.
Conclusão: A disfunção vestibular em idade pediátrica pode ter uma multiplicidade de etiologias, pelo que pediatras, neurologistas, fisiatras, médicos de família e otorrinolaringologistas devem estar alerta para as diversas formas de apresentação desta entidade. Deverão ser criados protocolos de referenciação e avaliação adequados para esta população.
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