O Mestiço na “Urgência de Existência”. Essa Dama Bate Bué! (2018), de Yara Monteiro
No atual panorama cultural lusófono (2010–2020), vários artistas da geração da pós-memória (Hirsch, 2016), herdeiros do trauma colonial, têm vindo a desconstruir ou a reparar equívocos, injustiças e desigualdades consequentes do sistema colonial, assim como há um conjunto de investigadores que luta...
Main Author: | |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS)
2022-06-01
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Series: | Comunicação e Sociedade |
Subjects: | |
Online Access: | https://revistacomsoc.pt/index.php/revistacomsoc/article/view/3687 |
Summary: | No atual panorama cultural lusófono (2010–2020), vários artistas da geração da pós-memória (Hirsch, 2016), herdeiros do trauma colonial, têm vindo a desconstruir ou a reparar equívocos, injustiças e desigualdades consequentes do sistema colonial, assim como há um conjunto de investigadores que lutam por políticas da memória mais justas, de modo a reparar a Europa na forma como pensou, classificou e imaginou os mundos distantes. A partir do romance de estreia de Yara Monteiro (1979–), Essa Dama Bate Bué! (2018), este artigo pretende analisar a forma como a condição pós-colonial e mestiça da “geração da pós-memória” lusófona é perspetivada. As memórias permitem indagar sobre o passado colonial e sobre as raízes e heranças culturais das gerações seguintes situadas “entre-lugares” (Bhabha, 1994/1998), como é exemplo o mestiço. Yara Monteiro enceta a discussão sobre o trauma, a mestiçagem, a humanidade, e ainda sobre uma possível universalidade ou uma possível reparação histórica, procurando normalizar no discurso europeu o outro lado da mestiçagem. Verifica-se que o processo de identificação do mestiço é ainda hoje problemático, reclamando por isso uma “urgência de existência”.
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ISSN: | 1645-2089 2183-3575 |