DIFERENÇAS REGIONAIS DA TENDÊNCIA TEMPORAL DA AIDS NO BRASIL

Introdução/Objetivo: As políticas públicas de controle focam em além das ações de prevenção, o diagnóstico precoce e tratamento oportuno das pessoas vivendo com HIV (PVHIV). A aids constitui a fase avançada da infecção pelo HIV e a avaliação da tendência temporal dos casos podem indicar progressos o...

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Bibliographic Details
Main Authors: Guilherme Pedralina dos Santos, Walmer Carvalho Filho, Beatriz Santana Ribeiro, Vanessa Alves Nascimento, Luciano Araújo de Souza Filho, Flávia Moreira Dias Passos, Maria Clara Menezes Nocrato Prado, Igor José Balbino Santos, Francisco Duda da Silva Neto, Marcos Fernandes de Albuquerque Filho, Marco Aurélio de Oliveira Góes
Format: Article
Language:English
Published: Elsevier 2023-10-01
Series:Brazilian Journal of Infectious Diseases
Subjects:
Online Access:http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S141386702300257X
Description
Summary:Introdução/Objetivo: As políticas públicas de controle focam em além das ações de prevenção, o diagnóstico precoce e tratamento oportuno das pessoas vivendo com HIV (PVHIV). A aids constitui a fase avançada da infecção pelo HIV e a avaliação da tendência temporal dos casos podem indicar progressos ou fragilidades nessas políticas. O estudo tem como objetivo avaliar as tendências temporais de detecção de casos de aids no Brasil. Metodologia: Trata-se de um estudo de série temporal dos casos de aids no Brasil de 2001 a 2021. Os dados foram obtidos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde a partir dos bancos de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. As tendências temporais foram analisadas por meio de modelos de regressão Joinpoint (regressão linear segmentada), sendo calculada a variação percentual anual média (AAPC - average annual percent change) para o período completo. Resultados: De 2001 a 2021 o Brasil registrou um total de 826876 casos de Aids. A região Sudeste apresentou o maior número de registros da doença, com 369720 casos, enquanto a região Centro-oeste teve o menor número, com 55781 casos. Analisando individualmente os estados, conclui-se que São Paulo apresentou o maior número de casos, com 190393. Por outro lado, o Acre registrou o menor número de casos: 1312. A análise da tendência temporal dos casos de Aids no Brasil se mostrou decrescente (AAPC = -1,3) no período estudado. A região Sudeste (AAPC = -3,5) e Sul (AAPC = -2,2) apresentaram uma tendência decrescente, o Centro-oeste apresentou uma tendência estacionária (AAPC = -0,2), e as regiões Norte (AAPC = 4,3) e Nordeste (AAPC = 2,4) uma tendência crescente. Todos os estados da região Sul e Sudeste mantêm uma tendência decrescente, enquanto que, na região Norte e Nordeste, todos os estados exibem uma tendência crescente, exceto Rondônia e Pernambuco, que exibem uma tendência estacionária. Por fim, na região Centro-oeste, todos os estados exibem uma tendência estacionária. Conclusão: Diante dos dados apresentados, percebe-se um padrão heterogêneo no comportamento da aids no Brasil, exigindo que políticas de acesso a medidas preventivas, diagnóstico precoce e tratamento oportuno levem em conta os aspectos locais para garantir maior equidade no controle dessa antiga epidemia.
ISSN:1413-8670