Summary: | Em livro recente o pesquisador Sean W. Burges (2009) defende a tese que o Brasil exerce uma “hegemonia consensual” na América do Sul, pois como não tem recursos econômicos suficientes para pagar os custos da integração, se utiliza do fortalecimento da idéia de integração para alcançar seus objetivos. Segundo esse mesmo pesquisador ainda que o Brasil exerça uma liderança frágil, tem dado resultados positivos. Em sua opinião a estratégia brasileira foi mudando ao longo da década de 1990 até os dias atuais de acordo com as suas necessidades imediatas. Começou com o Mercosul em 1991 chegando na proposta de integração física da América do Sul (IIRSA) em 2000, em Brasília, na primeira reunião da história entre presidentes Sul-americanos. Por essa abordagem, a IIRSA foi um instrumento muito útil para o fortalecimento da liderança brasileira, pois oferece uma perspectiva de ganhos mútuos, diferentemente do comércio onde fica muito claro o desequilíbrio a favor do Brasil. A proposta deste artigo é debater algumas das teses do pesquisador citado, especialmente sobre os limites do conceito de “hegemonia consensual” em relação aos países Sul-americanos durante os governos de Fernando Henrique Cardoso e Lula (1995-2010). Identificaremos os limites dessa possível “hegemonia consensual”, especialmente nos movimentos de crítica e resistência às propostas da IIRSA.
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