REAÇÃO ADVERSA À VACINA BCG EM LACTENTE

Introdução: A vacina BCG utiliza uma cepa viva de Mycobacterium bovis com virulência atenuada contra evolução das formas mais graves de tuberculose e outras infecções micobacterianas. No Brasil, ela é administrada após o nascimento quando não há contraindicações, com lesão vacinal que evolui de mácu...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Edson Santana Gois Filho, Maria Carolyne de Mendonça Mota, Larissa Marrocos de Oliveira, Ana Carolina Fontes Silva, Camile Dávila Levite
Format: Article
Language:English
Published: Elsevier 2023-10-01
Series:Brazilian Journal of Infectious Diseases
Subjects:
Online Access:http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S141386702300363X
_version_ 1797627241369174016
author Edson Santana Gois Filho
Maria Carolyne de Mendonça Mota
Larissa Marrocos de Oliveira
Ana Carolina Fontes Silva
Camile Dávila Levite
author_facet Edson Santana Gois Filho
Maria Carolyne de Mendonça Mota
Larissa Marrocos de Oliveira
Ana Carolina Fontes Silva
Camile Dávila Levite
author_sort Edson Santana Gois Filho
collection DOAJ
description Introdução: A vacina BCG utiliza uma cepa viva de Mycobacterium bovis com virulência atenuada contra evolução das formas mais graves de tuberculose e outras infecções micobacterianas. No Brasil, ela é administrada após o nascimento quando não há contraindicações, com lesão vacinal que evolui de mácula à cicatriz em até 12 semanas. Ainda assim, pode causar eventos adversos locais, regionais ou sistêmicos, decorrentes de variáveis do imunizante ou da imunidade da criança. Descrição do caso: E.G.S.S, 1 mês e 25 dias, sexo masculino, com quadro de febre associado a edema doloroso, endurado em linha axilar anterior direita. Foi feita ultrassonografia que evidenciou linfonodomegalias hipoecóicas circunscritas palpáveis com necrose central, a maior medindo cerca de 1,7 × 1,2 cm. Feito o internamento, iniciou-se ampicilina+gentamicina por suspeita de linfadenite bacteriana, com pouca resposta. Devido a isso e à idade do paciente, foi aventada a possibilidade de reação adversa a BCG e iniciada isoniazida. Durante a internação, são evidenciados anemia, leucopenia e plaquetopenia, associadas ao processo infeccioso e resolvidas com sulfato ferroso, e um episódio de concentrado de hemácias, o qual foi atribuído ao uso de antituberculostático. No 7° dia de internação, é interrompida antibioticoterapia e definida alta hospitalar com seguimento ambulatorial, porém lactente retorna após 12 dias com aumento de região endurecida em axila direita, medindo 5 cm, com hiperemia em região central, dor à mobilização do MSD e drenagem espontânea de secreção, sendo novamente internado com reinício de ampicilina e gentamicina, suspendido após avaliação de infectologista, que orientou seguimento com isoniazida pelo quadro de reação vacinal adversa. Em seguimento ambulatorial, foi afastada imunodeficiência através da dosagem de imunoglobulinas. Após uso de isoniazida por 6 meses, houve melhora clínica total. Comentários: A linfadenopatia regional supurada é um evento adverso ao uso da BCG, caracterizado por linfonodomegalia em regiões axilar ou supraclavicular, com consistência inicialmente endurecida, seguida de amolecimento central e possível drenagem espontânea. Ocorre nos primeiros 3 meses de vida, com evolução benigna e não é muito frequente na população pediátrica, sendo orientado pelo Ministério da Saúde a sua notificação e uso de isoniazida (10 mg/kg) até resolução do quadro. Assim, é fundamental que o médico saiba identificar as reações vacinais adversas para conduta adequada.
first_indexed 2024-03-11T10:21:34Z
format Article
id doaj.art-615a72170870405093b9be9ee5d9f42f
institution Directory Open Access Journal
issn 1413-8670
language English
last_indexed 2024-03-11T10:21:34Z
publishDate 2023-10-01
publisher Elsevier
record_format Article
series Brazilian Journal of Infectious Diseases
spelling doaj.art-615a72170870405093b9be9ee5d9f42f2023-11-16T06:07:16ZengElsevierBrazilian Journal of Infectious Diseases1413-86702023-10-0127103103REAÇÃO ADVERSA À VACINA BCG EM LACTENTEEdson Santana Gois Filho0Maria Carolyne de Mendonça Mota1Larissa Marrocos de Oliveira2Ana Carolina Fontes Silva3Camile Dávila Levite4Universidade Tiradentes (UNIT), Aracaju, SE, Brasil; Corresponding author.Universidade Tiradentes (UNIT), Aracaju, SE, BrasilUniversidade Tiradentes (UNIT), Aracaju, SE, BrasilUniversidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão, SE, BrasilUniversidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão, SE, BrasilIntrodução: A vacina BCG utiliza uma cepa viva de Mycobacterium bovis com virulência atenuada contra evolução das formas mais graves de tuberculose e outras infecções micobacterianas. No Brasil, ela é administrada após o nascimento quando não há contraindicações, com lesão vacinal que evolui de mácula à cicatriz em até 12 semanas. Ainda assim, pode causar eventos adversos locais, regionais ou sistêmicos, decorrentes de variáveis do imunizante ou da imunidade da criança. Descrição do caso: E.G.S.S, 1 mês e 25 dias, sexo masculino, com quadro de febre associado a edema doloroso, endurado em linha axilar anterior direita. Foi feita ultrassonografia que evidenciou linfonodomegalias hipoecóicas circunscritas palpáveis com necrose central, a maior medindo cerca de 1,7 × 1,2 cm. Feito o internamento, iniciou-se ampicilina+gentamicina por suspeita de linfadenite bacteriana, com pouca resposta. Devido a isso e à idade do paciente, foi aventada a possibilidade de reação adversa a BCG e iniciada isoniazida. Durante a internação, são evidenciados anemia, leucopenia e plaquetopenia, associadas ao processo infeccioso e resolvidas com sulfato ferroso, e um episódio de concentrado de hemácias, o qual foi atribuído ao uso de antituberculostático. No 7° dia de internação, é interrompida antibioticoterapia e definida alta hospitalar com seguimento ambulatorial, porém lactente retorna após 12 dias com aumento de região endurecida em axila direita, medindo 5 cm, com hiperemia em região central, dor à mobilização do MSD e drenagem espontânea de secreção, sendo novamente internado com reinício de ampicilina e gentamicina, suspendido após avaliação de infectologista, que orientou seguimento com isoniazida pelo quadro de reação vacinal adversa. Em seguimento ambulatorial, foi afastada imunodeficiência através da dosagem de imunoglobulinas. Após uso de isoniazida por 6 meses, houve melhora clínica total. Comentários: A linfadenopatia regional supurada é um evento adverso ao uso da BCG, caracterizado por linfonodomegalia em regiões axilar ou supraclavicular, com consistência inicialmente endurecida, seguida de amolecimento central e possível drenagem espontânea. Ocorre nos primeiros 3 meses de vida, com evolução benigna e não é muito frequente na população pediátrica, sendo orientado pelo Ministério da Saúde a sua notificação e uso de isoniazida (10 mg/kg) até resolução do quadro. Assim, é fundamental que o médico saiba identificar as reações vacinais adversas para conduta adequada.http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S141386702300363XReação Adversa BCG Lactentes
spellingShingle Edson Santana Gois Filho
Maria Carolyne de Mendonça Mota
Larissa Marrocos de Oliveira
Ana Carolina Fontes Silva
Camile Dávila Levite
REAÇÃO ADVERSA À VACINA BCG EM LACTENTE
Brazilian Journal of Infectious Diseases
Reação Adversa BCG Lactentes
title REAÇÃO ADVERSA À VACINA BCG EM LACTENTE
title_full REAÇÃO ADVERSA À VACINA BCG EM LACTENTE
title_fullStr REAÇÃO ADVERSA À VACINA BCG EM LACTENTE
title_full_unstemmed REAÇÃO ADVERSA À VACINA BCG EM LACTENTE
title_short REAÇÃO ADVERSA À VACINA BCG EM LACTENTE
title_sort reacao adversa a vacina bcg em lactente
topic Reação Adversa BCG Lactentes
url http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S141386702300363X
work_keys_str_mv AT edsonsantanagoisfilho reacaoadversaavacinabcgemlactente
AT mariacarolynedemendoncamota reacaoadversaavacinabcgemlactente
AT larissamarrocosdeoliveira reacaoadversaavacinabcgemlactente
AT anacarolinafontessilva reacaoadversaavacinabcgemlactente
AT camiledavilalevite reacaoadversaavacinabcgemlactente