Os ciganos entre perseguição e emancipação The gypsies between persecution and emancipation

Toda sociedade que classifica os homens e separa os grupos autóctones dos grupos "estrangeiros" inclui um sistema de crenças, religiosas ou outras. Suas representações obedecem a uma norma que dá a seus atos um sentido ético. Esses atos não são cometidos por criminosos ou loucos, mas por p...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Serge Moscovici
Format: Article
Language:English
Published: Universidade de Brasília 2009-12-01
Series:Sociedade e Estado
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69922009000300003
Description
Summary:Toda sociedade que classifica os homens e separa os grupos autóctones dos grupos "estrangeiros" inclui um sistema de crenças, religiosas ou outras. Suas representações obedecem a uma norma que dá a seus atos um sentido ético. Esses atos não são cometidos por criminosos ou loucos, mas por pessoas que sabem o que é permitido ou proibido, qual é a diferença entre o bem e o mal. O ponto de partida das reflexões apresentadas é que estereótipos - categorias discriminando grupos em brancos e negros, cristãos e judeus, franceses e alemães, indígenas e espanhóis, ciganos e romenos, etc. - constituem, em suma, um modo de conhecimento com a função de opor os "semelhantes" preferidos aos "diferentes" desprezíveis, de distinguir aqueles que não são como nós.<br>Every society that classifies mankind and separates the autochthonous groups from the "foreign" groups includes a system of beliefs, being it religious or of another kind. Their representations obey a norm that gives their actions an ethical sense. Those actions are not committed by criminals or crazy people, but by the ones who know what it is allowed or forbidden, or what the difference between good and evil is. The starting point of the presented reflections is that stereotypes categories which discriminate groups in whites and blacks, Christians and Jews, Frenchmen and Germans, indigenous and Spaniards, gypsies and Rumanians etc. constitute, in short, a way of knowledge with the function of opposing the favorite "fellow creatures" to the despicable "different ones", to distinguish those who are not like us.
ISSN:0102-6992