Summary: | Este ensaio busca problematizar a expressão “A Matemática está em tudo!”, utilizada como tema da 14º Edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, evidenciando-a como um questionamento que atravessa toda sua escrita. Para tanto, o texto é constituído por dois atos, quais sejam: a dona da festa; e meu salão é maior que o mundo. O primeiro, objetiva evidenciar a constituição da Matemática enquanto substantivo, razão de si e dos outros. Para tanto, utiliza-se a análise foucaultiana a respeito da constituição de uma formação discursiva em saber. O segundo, busca problematizar essa constituição como uma razão-mundo e razão do mundo, afirmando a efetuação de uma captura dos processos de subjetivação como forma de atualização de seu poder. Com estes dois atos, desenvolve-se a consideração de que a Matemática se estabelece como uma racionalidade, constituindo-se em uma forma de governamentalidade das subjetividades na sociedade contemporânea. Como considerações finais, o questionamento “quem somos nós”, levantado por Michel Foucault no século passado, se apresenta como uma estratégia ética e política que buscar se desfazer dessa racionalidade e deste vínculo individualizante.
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