Baixando à Terra: uma análise crítica de um projeto de comercialização de produtos florestais não madeireiros em uma comunidade da Amazônia Oriental

Muitas organizações governamentais e não governamentais (ONGs) investem esforços consideráveis para apoiar as populações dependentes da floresta, na extração e comercialização de produtos florestais não madeireiros (PFNM), para gerar ganhos econômicos de forma ecologicamente sustentável. Porém, o su...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Cristina Herrero-Jáuregui, Benno Pokorny, Miguel A. Casado
Format: Article
Language:English
Published: Embrapa Florestas 2011-03-01
Series:Pesquisa Florestal Brasileira
Subjects:
Online Access:https://pfb.cnpf.embrapa.br/pfb/index.php/pfb/article/view/184
Description
Summary:Muitas organizações governamentais e não governamentais (ONGs) investem esforços consideráveis para apoiar as populações dependentes da floresta, na extração e comercialização de produtos florestais não madeireiros (PFNM), para gerar ganhos econômicos de forma ecologicamente sustentável. Porém, o sucesso destes esforços agora tem sido bastante modesto, sendo que muitas das iniciativas que recebem apoio externo são abandonadas quando o apoio acaba. Este artigo é uma reflexão crítica sobre as expectativas e as preocupações que surgem deste tipo de projetos de desenvolvimento, analisando em profundidade um projeto para a comercialização de óleos vegetais pela comunidade de Pedreira, situada na Amazônia Oriental Brasileira, que tem recebido apoio intensivo por parte do governo. O estudo explora as motivações das famílias que participaram do projeto, a forma como o projeto influenciou nos processos de produção e quais foram os benefícios para as famílias participantes assim como as consequências globais para toda a comunidade. Os resultados revelam que o projeto de comercialização de PFNM analisado, baseado em expectativas exageradamente otimistas, investiu fortemente na reorganização dos esquemas de produção locais, sem considerar adequadamente a realidade sócioambiental, as capacidades e interesses das comunidades. Como consequência, o modelo sócio-produtivo proposto não necessariamente teve efeitos significativamente interessantes para todos os atores locais e até causaram prejuízos para eles. doi: 10.4336/2011.pfb.31.66.131
ISSN:1809-3647
1983-2605