O TREINAMENTO DA ESCALA DE FLACC NO SETOR DE PRONTO ATENDIMENTO HEMATOLÓGICO: RELATO DE CASO

Introdução: Doenças hematológicas são uma série de distúrbios que afetam os elementos constituintes do sangue, denominados coagulopatias e hemoglobinopatias. Entende-se por hemoglobinopatia as patologias caracterizadas pelo desenvolvimento de alterações estruturais e funcionais na hemoglobina, sendo...

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Bibliographic Details
Main Authors: LC Souza, ZAAS Lydio
Format: Article
Language:English
Published: Elsevier 2023-10-01
Series:Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Online Access:http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137923003115
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author LC Souza
ZAAS Lydio
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description Introdução: Doenças hematológicas são uma série de distúrbios que afetam os elementos constituintes do sangue, denominados coagulopatias e hemoglobinopatias. Entende-se por hemoglobinopatia as patologias caracterizadas pelo desenvolvimento de alterações estruturais e funcionais na hemoglobina, sendo a mais frequente no mundo a Doença Falciforme. Essa é uma doença hereditária caracterizada por mutação no gene que produz a hemoglobina. A principal manifestação clínica e causa de atendimento é a crise vaso-oclusiva, episódio de dor que decorre da isquemia tissular resultante da obstrução do fluxo sanguíneo. A determinação da intensidade da dor é subjetiva, no entanto, as escalas permitem que o profissional possua uma ideia mais aproximada da percepção da pessoa. O público pediátrico por apresentar variações importantes no desenvolvimento cognitivo e dificuldade de realizar autorrelato fidedigno torna-se necessário o uso de escalas específicas. A escala de FLACC (Face, Legs, Activity, Cry, Consolability) é baseada em cinco parâmetros comportamentais, sendo utilizada para avaliar dor em crianças na idade não-verbal. Objetivo: O estudo objetivou-se em descrever a vivência da Residente de enfermagem no treinamento da Escala de FLACC no Setor de Pronto Atendimento hematológico.MÉTODO: Trata-se de um relato de experiência acerca do treinamento para a implementação da escala de FLACC no Setor de Pronto Atendimento (SPA) de um Instituto Estadual de Hematologia, durante o período de 01/05/2023 a 30/05/2023. A atividade foi desenvolvida pela chefe do setor e uma residente em duas etapas, tendo como público-alvo todos os enfermeiros lotados no setor. No primeiro momento cada profissional recebeu a escala impressa, com apresentação do aprofundamento teórico pela residente. Posteriormente, foi realizada discussão e aplicabilidade a partir de casos clínicos evidenciados no próprio serviço. Resultados: Durante o período no setor foi possível observar os impactos da dor nas pessoas com Doença Falciforme, principalmente no acolhimento e Classificação de Risco (CR), realizado por enfermeiros. É utilizado um questionário eletrônico que contempla também a avaliação da dor por meio de Escala numérica. Por tratar-se de uma mensuração que é necessário desenvolvimento cognitivo, a avaliação da dor em crianças torna-se um desafio para os profissionais. A vivência no setor permitiu visualizar a fragilidade na avaliação da dor em crianças. Sendo assim, foi proposto o treinamento para implementação da escala de FLACC. O treinamento alcançou em 15 dias os 18 enfermeiros do setor, organizado em 9 duplas, respeitando a escala de serviço. Foi implementado no sistema eletrônico de Classificação de Risco da instituição a avaliação da dor utilizando a escala de FLACC para crianças não-verbais, com alteração cognitiva ou dificuldade de mensurá-la. Discussão: Sendo a CR um instrumento que visa a organização de fluxos e prioridades de atendimento nas urgências e emergências, pode-se considerar que o uso da escala de FLACC possibilitou que esta avaliação inicial esteja balizada em ferramentas científicas que auxiliem enfermeiros na estratificação do atendimento às crianças acometidas pela dor. Conclusão: A vivência no SPA permitiu refletir sobre o quanto esse processo de avaliação da dor é complexo e dinâmico, em especial no público pediátrico. O treinamento da escala de FLACC foi relevante no processo de ensino-aprendizado para a residente, assim como para os enfermeiros.
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