Summary: | A síndrome HELLP (H = hemolysis; EL = elevated liver enzymes; LP = low plaquets) corresponde a uma complicação grave da Pré Eclâmpsia (PE), em que há por definição hemólise, aumento de enzimas hepáticas e plaquetopenia. O único tratamento definitivo dessa desordem é a resolução do quadro gestacional. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de síndrome HELLP, bem como as condutas realizadas frente ao diagnóstico. Relato de Caso: MESR, 29 anos, G2P1A0; um parto cesáreo há 4 anos. Idade gestacional 34 semanas e 2 dias, procurou atendimento médico no pronto socorro do HUSF com queixas de cefaleia, escotomas cintilantes e epigastralgia iniciados há 3 dias. Os exames solicitados indicaram plaquetopenia (32 mil/mm³), sem alteração do coagulograma, hemoglobina (Hb) 10,8 mg/dL, ureia (Ur) 121 e creatinina (Cr) 6,2; TGO 102 UI/L e TGP 189 UI/L, fosfatase alcalina 290 UI/L, sem aumento da bilirrubina total e frações. A desidrogenase láctica (LDH) era de 2845 UI/L. Depois de três dias em leito de terapia intensiva a paciente foi transferida a enfermaria de obstetrícia, onde foi acompanhada até normalização dos escores renais, das enzimas hepáticas, da anemia e plaquetopenia e queda de LDH. A paciente teve alta hospitalar no 11º dia de internação hospitalar, sendo encaminhada ao ambulatório de obstetrícia para acompanhamento médico. A anemia hemolítica microangiopática é o principal marco da síndrome HELLP, se deve às alterações no endotélio com depósitos de fibrina. A elevação das enzimas hepáticas ocorre pela deposição de fibrina nos sinusóides hepáticos culminando em congestão podendo evoluir para necrose do parênquima peri-portal. A plaquetopenia se dá pelo aumento de seu consumo. Com o endotélio lesionado há maior ativação e adesão plaquetária. Na síndrome HELLP há valores de plaquetas ≤ 100.000/mm³. A paciente no momento da admissão apresentou resultados laboratoriais que classificaram o quadro como HELLP completa ou HELLP classe 1, levando à intervenção e tratamento imediatos.
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