Patologia aguda nos cuidados de saúde primários: um estudo transversal descritivo da realidade numa USF

Objetivo: Caracterizar a consulta de agudos (CA) realizada numa Unidade de Saúde Familiar (USF) ao longo de quatro anos, de acordo com a frequência dos motivos de consulta/diagnóstico e destino dos utentes.  Tipo de estudo: Estudo transversal, descritivo e analítico, aplicado à clínica. Local: US...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Ana Aires, André Ferreira, Alcino Santos, Rafael Gonçalves
Format: Article
Language:English
Published: Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar 2021-02-01
Series:Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar
Subjects:
Online Access:https://rpmgf.pt/ojs/index.php/rpmgf/article/view/12814
Description
Summary:Objetivo: Caracterizar a consulta de agudos (CA) realizada numa Unidade de Saúde Familiar (USF) ao longo de quatro anos, de acordo com a frequência dos motivos de consulta/diagnóstico e destino dos utentes.  Tipo de estudo: Estudo transversal, descritivo e analítico, aplicado à clínica. Local: USF Alpha, ACeS Baixo Vouga. População: Utentes que recorreram à CA de uma USF de janeiro-2014 a dezembro-2017. Métodos: Foram estudados todos os episódios de CA ao longo de quatro anos (n=25.810), com recolha de dados relativamente a sexo, idade, distribuição temporal da CA; frequência da CA por utente; diagnóstico e destino dos utentes. Foi feita uma análise descritiva e inferencial com testes não-paramétricos utilizando o programa informático Statistical Package for the Social Sciences (SPSS®), v. 25.0. Resultados: Dos episódios de CA, a maioria eram mulheres (n=15.596, 60,4%, p<0,001), com mediana de idade de 40 anos e uma frequência/pessoa de dois episódios no período descrito. A maioria das CA teve lugar no primeiro trimestre do ano, em janeiro, à segunda-feira e às primeiras horas do dia. As patologias mais prevalentes em contexto de CA foram a infeção aguda do aparelho respiratório superior (n=3.744, 17,8%), amigdalite aguda (n=1.326, 6,3%), cistite/infeção urinária (n=987, 4,7%), gastroenterite (n=846, 4,0%) e bronquite/bronquiolite aguda (n=737, 3,5%). Há diferenças significativas no encaminhamento entre médico de família do utente e atendimento por outro médico, encaminhando este último mais para o serviço de urgência (p<0,001) e não havendo diferenças no que diz respeito à necessidade de chamar o INEM (p=0,417). Conclusão: Constatou-se haver diferenças de cuidados de saúde entre médicos de família, criando-se a necessidade de haver algoritmos de decisão e de estratificação de gravidade como estratégia de melhoria da acessibilidade e qualidade de cuidados prestados. A educação para a saúde dos utentes é uma estratégia fundamental a trabalhar em contexto de patologia aguda.
ISSN:2182-5181