| Summary: | O artigo investiga a emergência do cotidiano como tópos privilegiado no cinema brasileiro dos anos 2010. A partir da análise dos filmes Avenida Brasília Formosa (2010), O céu sobre os ombros (2010), A vizinhança do tigre (2014) e Baronesa (2017), discutimos como o cotidiano serviu como uma estratégia de aproximação da realidade, permitindo aos cineastas registrar indivíduos para além de marcadores sociais estigmatizantes. A discussão é informada pela obra Henri Lefebvre, para quem a categoria de cotidiano, ao oferecer um olhar sobre a totalidade da vida, era capaz de revelar contradições da realidade social. Nossa hipótese é de que o cotidiano despontou como uma resposta ao esgotamento do formato da entrevista, que predominara no documentário brasileiro até a década anterior.
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