Summary: | Este artigo visa começar a discutir Diário da Peste de Gonçalo M. Tavares, conjunto de textos publicados no Expresso entre março e junho de 2020. Equaciona-se o modo como, nesta obra de linguagem elusiva, o autor, a partir de notícias, reflete sobre o dissídio em curso entre a eficiência e o desejo. Problematiza-se também a forma como a política, centrando-se no mínimo vital, descura a felicidade humana. A partir de Vigiar e punir de Michel Foucault, procura-se entender a violência inerente aos dispositivos biopolíticos, ainda que sejam esses mecanismos o cerne do progresso técnico-científico. Discutem-se outras questões filosóficas e políticas a partir da arte, em particular de Bruce Nauman, Boris Achour e Santiago Sierra.
|