Metodologias ativas, uma solução simples para um problema complexo

As metodologias ativas pressupõem uma revisão profunda das dinâmicas da sala de aula conhecida como "tradicional", destacando a necessidade de considerar o aluno como sujeito ativo. Apesar de reconhecermos o amplo potencial dessas propostas para a didática, defendemos que, quando amparadas...

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Bibliographic Details
Main Authors: Magda Pischetola, Lyana Thédiga de Miranda
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Estácio de Sá 2019-02-01
Series:Revista Educação e Cultura Contemporânea
Online Access:http://periodicos.estacio.br/index.php/reeduc/article/view/5822
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author Magda Pischetola
Lyana Thédiga de Miranda
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description As metodologias ativas pressupõem uma revisão profunda das dinâmicas da sala de aula conhecida como "tradicional", destacando a necessidade de considerar o aluno como sujeito ativo. Apesar de reconhecermos o amplo potencial dessas propostas para a didática, defendemos que, quando amparadas em um discurso acrítico, as metodologias ativas podem abrir caminhos para novos tecnicismos e configurar-se apenas como um modismo. A partir dessa premissa, o texto destaca dois pontos que merecem reflexão. No primeiro, constata-se que essas propostas já fazem parte da teoria e da prática educacional há mais de um século, com contribuições de pensadores como Dewey e Bruner, entre outros. Sua disseminação atual enquanto métodos "inovadores" se deve ao resgate da aprendizagem em torno de problemas reais, relacionados com as futuras profissões, e ao advento das Tecnologias da Informação e da Comunicação, que representam a plataforma ideal para o seu desenvolvimento. No segundo ponto, questiona-se a consideração das metodologias ativas como a solução para a crise da educação, o que implica uma visão reducionista da complexidade dos processos de ensino e aprendizagem. Destaca-se, portanto, a necessidade de a educação retirar a sua atenção exclusiva nos indivíduos – o professor, bem como o aluno – para voltar-se aos grupos sociais e culturais, ao resgate do corpo na construção do conhecimento, aos processos de interação e de aprendizagem reticular e à influência do contexto nessa criação. Assim, na perspectiva do pensamento complexo, a relação entre ensino e aprendizagem não é apenas ativa, mas também situada. Palavras-chave: Aprendizagem situada. Metodologias ativas. Pensamento complexo. Abstract The active methodologies require a deep revision of the classroom dynamics known as "traditional", and highlight the need to consider the student as an active subject. Although we recognize the broad potential of these proposals for didactics, we argue that when supported by an uncritical discourse, active methodologies can open the way to new technicalities and become just a fad. From this premise, the text draws attention to two points of reflection. First, we see that these proposals have been part of educational theory and practice for more than a century, with contributions from thinkers such as Dewey and Bruner, among others. Its current dissemination as "innovative" methods is due to the actual need of anchoring learning around concrete problems related to the future professions, and to the advent of Information and Communication Technologies, which represent the ideal platform for its development. Second, we question the idea that active methodologies are the solution to the education crisis, which implies a reductionist view of the complexity of teaching and learning processes. It is important to emphasize the need for education to withdraw its exclusive attention in individuals - the teacher as well as the student - to turn to social and cultural groups, to value the body in the construction of knowledge, as well as the interaction processes and the influence of context in this creation. Thus, in the perspective of complex thinking, we defend that the relationship between teaching and learning is not only active but also situated. Keywords: Active methodologies. Complex thinking. Situated learning.
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spelling doaj.art-6695844aa20d4a0fb12ba422d8ce9e762022-12-22T00:19:05ZporUniversidade Estácio de SáRevista Educação e Cultura Contemporânea1807-21942238-12792019-02-01164310.5935/reeduc.v16i43.58222293Metodologias ativas, uma solução simples para um problema complexoMagda Pischetola0Lyana Thédiga de Miranda1Pontifícia Universidade Católica do Rio de JaneiroUniversidade Federal de Santa CatarinaAs metodologias ativas pressupõem uma revisão profunda das dinâmicas da sala de aula conhecida como "tradicional", destacando a necessidade de considerar o aluno como sujeito ativo. Apesar de reconhecermos o amplo potencial dessas propostas para a didática, defendemos que, quando amparadas em um discurso acrítico, as metodologias ativas podem abrir caminhos para novos tecnicismos e configurar-se apenas como um modismo. A partir dessa premissa, o texto destaca dois pontos que merecem reflexão. No primeiro, constata-se que essas propostas já fazem parte da teoria e da prática educacional há mais de um século, com contribuições de pensadores como Dewey e Bruner, entre outros. Sua disseminação atual enquanto métodos "inovadores" se deve ao resgate da aprendizagem em torno de problemas reais, relacionados com as futuras profissões, e ao advento das Tecnologias da Informação e da Comunicação, que representam a plataforma ideal para o seu desenvolvimento. No segundo ponto, questiona-se a consideração das metodologias ativas como a solução para a crise da educação, o que implica uma visão reducionista da complexidade dos processos de ensino e aprendizagem. Destaca-se, portanto, a necessidade de a educação retirar a sua atenção exclusiva nos indivíduos – o professor, bem como o aluno – para voltar-se aos grupos sociais e culturais, ao resgate do corpo na construção do conhecimento, aos processos de interação e de aprendizagem reticular e à influência do contexto nessa criação. Assim, na perspectiva do pensamento complexo, a relação entre ensino e aprendizagem não é apenas ativa, mas também situada. Palavras-chave: Aprendizagem situada. Metodologias ativas. Pensamento complexo. Abstract The active methodologies require a deep revision of the classroom dynamics known as "traditional", and highlight the need to consider the student as an active subject. Although we recognize the broad potential of these proposals for didactics, we argue that when supported by an uncritical discourse, active methodologies can open the way to new technicalities and become just a fad. From this premise, the text draws attention to two points of reflection. First, we see that these proposals have been part of educational theory and practice for more than a century, with contributions from thinkers such as Dewey and Bruner, among others. Its current dissemination as "innovative" methods is due to the actual need of anchoring learning around concrete problems related to the future professions, and to the advent of Information and Communication Technologies, which represent the ideal platform for its development. Second, we question the idea that active methodologies are the solution to the education crisis, which implies a reductionist view of the complexity of teaching and learning processes. It is important to emphasize the need for education to withdraw its exclusive attention in individuals - the teacher as well as the student - to turn to social and cultural groups, to value the body in the construction of knowledge, as well as the interaction processes and the influence of context in this creation. Thus, in the perspective of complex thinking, we defend that the relationship between teaching and learning is not only active but also situated. Keywords: Active methodologies. Complex thinking. Situated learning.http://periodicos.estacio.br/index.php/reeduc/article/view/5822
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