Summary: | O debate recente sobre a cobertura jornalística parece ter incluído a questão linguística do uso da “metáfora da guerra” como elemento ideológico importante na condução do debate e na definição de políticas públicas de segurança. Este trabalho visa a estabelecer as circunstâncias contextuais em que o uso da metáfora da guerra alcança efeitos definidores do debate, seja pelo realce de alguns aspectos, seja pelo silenciamento de outros. Entre as circunstâncias contextuais, destacam-se o emprego das metonímias na generalização dos pressupostos da “guerra” e a hipertrofia do uso do entretenimento pelos jornais, como forma de gerenciar a seleção dos fatos expostos e lhes dar publicidade. Entre os argumentos silenciados no debate, destacam-se a relação entre pobreza e crime e o fato de o tráfico de drogas não se auto-investir como “estatal”, mas seguir uma lógica capitalista extrema e sem limites.
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