Summary: | O presente artigo analisa as linguagens com que se estabelece e se legitima um Estado racialista no Brasil. Para tanto, aborda a emergência da tradição liberal oligárquica de fins de século XIX, demonstrando como suas ideias contribuíram para a despolitização da questão racial, assim como para a interdição do princípio da soberania popular no contexto da Abolição e do fim do Império. Em seguida, o texto se concentra em analisar como o pensamento brasileiro do século XX, na diversidade e força de seus principais intérpretes, não foi capaz de estabilizar uma crítica politizante e central do Estado racialista. Pretende-se, nesse sentido, sugerir uma abordagem republicana e democrática que articule a questão racial enquanto orgânica à formação da democracia no Brasil.
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