DIZER AQUELES A QUEM AMO: RECONCILIANDO ROLAND BARTHES E ALBERT CAMUS
A referência ao nome de Barthes juntamente com o de Camus se faz normalmente pelos primeiros escritos do crítico que tinham como cerne a primeira narrativa de Camus (O estrangeiro), assim como pela polêmica dos anos cinquenta em torno da publicação de A peste. Superada tanto essa fase mais marxista...
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Published: |
Universidade de São Paulo
2015-12-01
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Series: | Revista Criação & Crítica |
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description | A referência ao nome de Barthes juntamente com o de Camus se faz normalmente pelos primeiros escritos do crítico que tinham como cerne a primeira narrativa de Camus (O estrangeiro), assim como pela polêmica dos anos cinquenta em torno da publicação de A peste. Superada tanto essa fase mais marxista no primeiro, quanto o ciclo de obras sobre a revolta no segundo, em seus últimos anos, ambos confluem para o tema do amor. Essa confluência permite que de alguma forma eles se reconciliem depois do embate de ideias que os distanciou. Embora com percursos diversos e vivendo em épocas diferentes (Camus morre em 1960), a última fase de suas carreiras se revela muito semelhante. O objetivo deste artigo é “ler” esta convergência a partir das reflexões de Barthes no curso “La préparation du roman I et II” juntamente com o manuscrito inacabado do romance O primeiro homem de Camus. Essa aproximação nos mostra que ambos tinham a impressão de estar entrando em uma Vita Nova, que significava também a descoberta de uma nova prática de escritura: o romance, cujos grandes modelos seriam Guerra e paz de Tolstói e Em busca do tempo perdido de Proust. E principalmente, ambos desejavam dizer aqueles a quem amavam por meio da escritura. Embora com pontos de partida parecidos, cada um chegaria a um resultado distinto do outro (como deixam entrever alguns manuscritos), mas ao final, é o amor que permite reconciliá-los e é a partir deste tema que gostaríamos de reaproximá-los. |
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