Summary: | O artigo busca refletir sobre a herança histórica do campo brasileiro, sobretudo as transformações do século XX, tomando como referência no pensamento social brasileiro o mundo da plantation, mais precisamente, as grandes plantações de café, cana-de-açúcar, cacau, algodão, sisal ou variantes. O autor apresenta a sua exposição em quatro partes: na primeira, traz o tema da grande lavoura como matriz da sociabilidade hierárquica herdada da época colonial. Em seguida, reflete sobre os principais fatores responsáveis pela quebra das condições de existência da dominação tradicional. Em um terceiro momento, o autor examina as modalidades de desenraizamento do campesinato brasileiro, realçando a presença maciça, desde meados dos anos 60, de seres desprovidos das condições mínimas de existência e que perderam suas referências sociais e culturais. Na última seção, o autor se volta para as mobilizações promovidas pelo movimento dos sem-terra e para a relevância que a “reforma agrária” adquire na última década do século XX, tematizando a busca de formas de novo enraizamento social e cultural entre as camadas desfavorecidas do mundo rural.
|