ASSOCIAÇÃO ENTRE TIPO SANGUÍNEO ABO E RESULTADO DO RT-PCR PARA SARS-COV-2
Introdução: Estudos apontam relação entre grupos sanguíneos e diversas condições clínicas como, por exemplo, eventos trombóticos, doença de von Willebrande doenças infecciosas como SARS-CoV-1, H. pylori entre outros. Associação entre maior susceptibilidade à COVID-19 e pior evolução em indivíduos do...
Main Authors: | , , , , , , , |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Elsevier
2021-10-01
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Series: | Hematology, Transfusion and Cell Therapy |
Online Access: | http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137921010476 |
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author | CR Pereira EMR Andrade SAM Zillig AA Araújo PST Russo WH Prieto MCT Pintao A Pelegrini |
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description | Introdução: Estudos apontam relação entre grupos sanguíneos e diversas condições clínicas como, por exemplo, eventos trombóticos, doença de von Willebrande doenças infecciosas como SARS-CoV-1, H. pylori entre outros. Associação entre maior susceptibilidade à COVID-19 e pior evolução em indivíduos do grupo sanguíneo A vem sendo estudada por diversos grupos. Objetivo: Neste estudo, analisamos a correlação entre os grupos sanguíneos ABO e resultado do teste para o vírus SARS-CoV-2 por RT-PCR em um laboratório de análises clínicas com grande fluxo de amostras representativas das cinco regiões do Brasil. Material e métodos: Os dados foram obtidos do banco de dados do laboratório referente a 20 anos de registro, analisados de forma anonimizada e de acordo com as regras que regem a lei geral de proteção de dados (LGPD). Os registros possuem um identificador numérico único que leva em conta CPF e data de nascimento e todas as análises foram feitas considerando-se esta identificação. Foram obtidas as tipagem sanguínea ABO/Rh e os resultados de RT-PCR para SARS-CoV-2. Para este último, os indivíduos foram classificados “covid-positivo”quando ao menos um exame resultou positivo. Os demais foram considerados “covid-negativo”. As análises foram realizadas no banco de dados obtido do cruzamento do banco de indivíduos únicos com tipagem sanguínea e ao menos um teste para COVID-19. Análise estatística foi realizada do teste chi-quadrado de Pearson e V-quadrado de Cramér. Resultados e discussão: Foram identificados 66.181 indivíduos que realizaram tipagem sanguínea e ao menos um teste para SARS-CoV-2. A distribuição global dos grupos ABO é a que segue: grupo O 44%, grupo A 41%, grupo B 11% e grupo AB 4%, compatível com a distribuição dos grupos no Brasil (O 45%, A 42%, B 10% e AB 3%).Do total de indivíduos estudado, 21% (13.617) apresentou ao menos um resultado positivo para SARS-CoV-2, distribuídos da seguinte forma por grupo sanguíneo: tipo O 42%, A 42%, B 12% e AB 4%. A distribuição dos grupos sanguíneos entre os indivíduos negativos para SARS-CoV-2 foi: tipo O 44%, A 41%, B 11% e AB 4%. As análises consideraram grupo ABO e Rh. Foi realizado um teste chi-quadrado de independência de variáveis e verificou-se associação positiva entre o tipo sanguíneo e a infecção por COVID-19 (χ2 = 27,273, df = 7, p = 0,0002975).O teste pós-hoc de comparação entre status de COVID-19 e tipo sanguíneo sugere associação entre o tipo B- e infecção por COVID-19 (p = 0.0407700).Entretanto, este dado não foi confirmado por análise adicional pelo teste V de Cramér, sugerindo que o efeito observado está provavelmente associado ao grande número de amostras do que uma associação real entre as variáveis.Sabe-se que a testagem para COVID-19 pode resultar em falso negativo quando realizada fora da janela de maior sensibilidade para detecção do vírus. Deve-se considerar que, na presente análise, a informação sobre início dos sintomas e data de realização do teste não está disponível. Entretanto, o grande número de casos analisados diminui o impacto da ausência desta informação. Outro ponto importante a ser considerado é que não foram avaliados parâmetros de evolução clínica dos pacientes, sendo os dados restritos à presença ou não de diagnóstico positivo para COVID-19. Conclusão: Não foi demonstrada associação entre o tipo sanguíneo e a suscetibilidade a infecções por COVID-19 no grupo analisado. |
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