Afrontando a necropolítica no Brasil: recursos linguísticos arrojados e artivismo como formas de sobreviver

RESUMO: Este artigo tem raízes na etnografia que nós, dois pesquisadores em Linguística Aplicada, realizamos há mais de 10 anos no Complexo do Alemão carioca. Territórios periféricos como esse são marcados por uma necropolítica imposta pelo Estado brasileiro, que violenta e executa, principalmente,...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Junot de Oliveira Maia, Daniel do Nascimento e Silva
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal de Minas Gerais 2023-12-01
Series:Revista Brasileira de Linguística Aplicada
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-63982023000300400&lng=pt&tlng=pt
Description
Summary:RESUMO: Este artigo tem raízes na etnografia que nós, dois pesquisadores em Linguística Aplicada, realizamos há mais de 10 anos no Complexo do Alemão carioca. Territórios periféricos como esse são marcados por uma necropolítica imposta pelo Estado brasileiro, que violenta e executa, principalmente, a população negra predominante nessas áreas. A regulação da violência no Brasil, contudo, não é exclusividade do Estado, pois o “mundo do crime”, mesmo fragmentado, também é agente relevante nessa dinâmica. Em meio ao fogo cruzado que se estabelece entre o Estado e os outros agentes dessa gestão armada, moradores de favelas constroem formas criativas de afrontar as violências, inclusive letais, que lhes são destinadas. Aqui, exploramos os fogos digitais, o registro ativista papo reto e o artivismo como estratégias dos moradores de favela para sobreviver e construir futuros mais justos.
ISSN:1984-6398