Summary: | Este artigo objetiva enfatizar aspectos do projeto literário de Mário de Andrade (1893-1945), as discussões relativas às tensões entre cosmovisões divergentes e a construção de identidades ficcionais no contexto do Modernismo brasileiro, que serão evidenciados por meio da análise da crônica jornalística “Arte em S. Paulo – II”, publicada no Diário Nacional em 13/11/1927. Destacam-se, no texto, elementos etnográficos e identitários que revelam a visão de mundo do escritor, seu humor crítico que expõe, por meio da construção do personagem da narrativa, as tensões entre o passado e o ideário modernista, polarizadas nas figuras dos escultores Melani (personagem ficcional e passadista) e Victor Brecheret (1894-1955), escultor que teve bastante prestígio entre os modernistas e que é apresentado na crônica como uma espécie de síntese do espírito de modernidade do grupo de 1922 em contraposição à arte passadista, no dizer de Mário de Andrade, carente de “inspiração mais inquieta”.
|