A política como “arte de matar a vergonha”: o desembarque de Sirinhaém em 1855 e os últimos anos do tráfico para o Brasil

RESUMO Em 1855, um navio negreiro desembarcou em Pernambuco. A maioria dos cativos foi apreendida, mas uns 50 desapareceram entre os engenhos próximos, bem como a tripulação, após o capitão conversar com um delegado e senhor de engenho, elogiado pelo cônsul inglês e por uma liderança liberal pela ma...

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Bibliographic Details
Main Authors: Marcus Joaquim Maciel de Carvalho, Paulo Henrique Fontes Cadena
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal do Rio de Janeiro 2019-11-01
Series:Topoi
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2237-101X2019000300651&tlng=pt
Description
Summary:RESUMO Em 1855, um navio negreiro desembarcou em Pernambuco. A maioria dos cativos foi apreendida, mas uns 50 desapareceram entre os engenhos próximos, bem como a tripulação, após o capitão conversar com um delegado e senhor de engenho, elogiado pelo cônsul inglês e por uma liderança liberal pela maneira generosa como administrava seus cativos. Também foram indiciados outros proprietários vinculados ao presidente da província e aos senadores Cavalcanti, gerando protestos ingleses e um escândalo político e diplomático que alcançou o parlamento e o gabinete da conciliação, cujo ministro da justiça, Nabuco de Araújo, havia iniciado sua carreira em Pernambuco, à sombra dos Cavalcanti. O caso revela detalhes das resilientes malhas do tráfico na política imperial.
ISSN:2237-101X