Obstinação terapêutica sob o referencial bioético da vulnerabilidade na prática da enfermagem
A tecnologia desencadeia dilemas bioéticos, entre eles a obstinação terapêutica. E frente a esses dilemas enfermeiros priorizam avanços tecnológicos aos saberes reflexivos. O objetivo da presente pesquisa foi o de compreender a percepção do enfermeiro de UTI sobre obstinação terapêutica, à luz do...
Main Authors: | , , , , |
---|---|
Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Centro Universitário São Camilo
2016-07-01
|
Series: | O Mundo da Saúde |
Subjects: | |
Online Access: | https://revistamundodasaude.emnuvens.com.br/mundodasaude/article/view/268 |
_version_ | 1797665607751041024 |
---|---|
author | Cláudia D’Arco Carla Maria Maluf Ferrari Luciane Vasconcelos Barreto de Carvalho Margareth Rose Priel Luciane Lucio Pereira |
author_facet | Cláudia D’Arco Carla Maria Maluf Ferrari Luciane Vasconcelos Barreto de Carvalho Margareth Rose Priel Luciane Lucio Pereira |
author_sort | Cláudia D’Arco |
collection | DOAJ |
description |
A tecnologia desencadeia dilemas bioéticos, entre eles a obstinação terapêutica. E frente a esses dilemas enfermeiros
priorizam avanços tecnológicos aos saberes reflexivos. O objetivo da presente pesquisa foi o de compreender a
percepção do enfermeiro de UTI sobre obstinação terapêutica, à luz do referencial bioético da vulnerabilidade. Como
método, utilizou-se a pesquisa descritiva, análise do conteúdo de Bardin, com quatorze estudantes pós-graduandos
do Curso de Especialização de uma instituição de ensino superior privada que atuavam em UTI, há mais de um ano,
após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa e dos entrevistados. Como resultados obteve-se duas categorias:
desconhecimento do conceito; posicionamento, com cinco subcategorias: passividade diante da decisão médica,
dificuldade de enfrentar a terminalidade; percebendo negativamente a obstinação terapêutica, sentimentos em relação a
terminalidade do jovem e criança, reconhecendo o papel do enfermeiro em relação a terminalidade. Desconhecimento
sobre obstinação terapêutica influencia na vulnerabilidade do enfermeiro ao vivenciar tal situação, provavelmente não
foi preparado durante a graduação e pós-graduação, principalmente quando os envolvidos são jovens ou crianças.
Também estão despreparados a reconhecer quando a recuperação do paciente está em detrimento à tecnologia,
necessitando consenso multiprofissional. Enfermeiros reconhecem a necessidade de controle da dor, diminuição do
sofrimento e promoção da dignidade. Por fim, evidenciou-se a necessidade de inclusão dos aspectos bioéticos na
formação do enfermeiro, pois identifica-se que estes não conhecem o conceito de obstinação terapêutica, porém
reconhecem o prolongamento do processo de morte como negativo, principalmente quando estão envolvidos jovens,
ainda sim, reconhecem seu papel na terminalidade. Preparar o enfermeiro desde a graduação, para lidar com situações
de terminalidade possibilitará uma assistência de enfermagem mais adequada e com menor sofrimento dos envolvidos.
|
first_indexed | 2024-03-11T19:46:28Z |
format | Article |
id | doaj.art-6b949dda6bb843d9accf83b05a14731e |
institution | Directory Open Access Journal |
issn | 0104-7809 1980-3990 |
language | English |
last_indexed | 2024-03-11T19:46:28Z |
publishDate | 2016-07-01 |
publisher | Centro Universitário São Camilo |
record_format | Article |
series | O Mundo da Saúde |
spelling | doaj.art-6b949dda6bb843d9accf83b05a14731e2023-10-05T21:24:46ZengCentro Universitário São CamiloO Mundo da Saúde0104-78091980-39902016-07-01403Obstinação terapêutica sob o referencial bioético da vulnerabilidade na prática da enfermagemCláudia D’Arco0Carla Maria Maluf Ferrari1Luciane Vasconcelos Barreto de Carvalho2Margareth Rose Priel3Luciane Lucio Pereira4Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP, Brasil.Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP, Brasil.Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP, Brasil.Universidade de Santo Amaro. São Paulo, SP, BrasilUniversidade de Santo Amaro. São Paulo, SP, Brasil A tecnologia desencadeia dilemas bioéticos, entre eles a obstinação terapêutica. E frente a esses dilemas enfermeiros priorizam avanços tecnológicos aos saberes reflexivos. O objetivo da presente pesquisa foi o de compreender a percepção do enfermeiro de UTI sobre obstinação terapêutica, à luz do referencial bioético da vulnerabilidade. Como método, utilizou-se a pesquisa descritiva, análise do conteúdo de Bardin, com quatorze estudantes pós-graduandos do Curso de Especialização de uma instituição de ensino superior privada que atuavam em UTI, há mais de um ano, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa e dos entrevistados. Como resultados obteve-se duas categorias: desconhecimento do conceito; posicionamento, com cinco subcategorias: passividade diante da decisão médica, dificuldade de enfrentar a terminalidade; percebendo negativamente a obstinação terapêutica, sentimentos em relação a terminalidade do jovem e criança, reconhecendo o papel do enfermeiro em relação a terminalidade. Desconhecimento sobre obstinação terapêutica influencia na vulnerabilidade do enfermeiro ao vivenciar tal situação, provavelmente não foi preparado durante a graduação e pós-graduação, principalmente quando os envolvidos são jovens ou crianças. Também estão despreparados a reconhecer quando a recuperação do paciente está em detrimento à tecnologia, necessitando consenso multiprofissional. Enfermeiros reconhecem a necessidade de controle da dor, diminuição do sofrimento e promoção da dignidade. Por fim, evidenciou-se a necessidade de inclusão dos aspectos bioéticos na formação do enfermeiro, pois identifica-se que estes não conhecem o conceito de obstinação terapêutica, porém reconhecem o prolongamento do processo de morte como negativo, principalmente quando estão envolvidos jovens, ainda sim, reconhecem seu papel na terminalidade. Preparar o enfermeiro desde a graduação, para lidar com situações de terminalidade possibilitará uma assistência de enfermagem mais adequada e com menor sofrimento dos envolvidos. https://revistamundodasaude.emnuvens.com.br/mundodasaude/article/view/268Assistência paliativa / ética. Papel do profissional de enfermagem. Unidade de Terapia Intensiva. Vulnerabilidade. |
spellingShingle | Cláudia D’Arco Carla Maria Maluf Ferrari Luciane Vasconcelos Barreto de Carvalho Margareth Rose Priel Luciane Lucio Pereira Obstinação terapêutica sob o referencial bioético da vulnerabilidade na prática da enfermagem O Mundo da Saúde Assistência paliativa / ética. Papel do profissional de enfermagem. Unidade de Terapia Intensiva. Vulnerabilidade. |
title | Obstinação terapêutica sob o referencial bioético da vulnerabilidade na prática da enfermagem |
title_full | Obstinação terapêutica sob o referencial bioético da vulnerabilidade na prática da enfermagem |
title_fullStr | Obstinação terapêutica sob o referencial bioético da vulnerabilidade na prática da enfermagem |
title_full_unstemmed | Obstinação terapêutica sob o referencial bioético da vulnerabilidade na prática da enfermagem |
title_short | Obstinação terapêutica sob o referencial bioético da vulnerabilidade na prática da enfermagem |
title_sort | obstinacao terapeutica sob o referencial bioetico da vulnerabilidade na pratica da enfermagem |
topic | Assistência paliativa / ética. Papel do profissional de enfermagem. Unidade de Terapia Intensiva. Vulnerabilidade. |
url | https://revistamundodasaude.emnuvens.com.br/mundodasaude/article/view/268 |
work_keys_str_mv | AT claudiadarco obstinacaoterapeuticasoboreferencialbioeticodavulnerabilidadenapraticadaenfermagem AT carlamariamalufferrari obstinacaoterapeuticasoboreferencialbioeticodavulnerabilidadenapraticadaenfermagem AT lucianevasconcelosbarretodecarvalho obstinacaoterapeuticasoboreferencialbioeticodavulnerabilidadenapraticadaenfermagem AT margarethrosepriel obstinacaoterapeuticasoboreferencialbioeticodavulnerabilidadenapraticadaenfermagem AT lucianeluciopereira obstinacaoterapeuticasoboreferencialbioeticodavulnerabilidadenapraticadaenfermagem |