Avaliação do uso de antimicrobianos na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital público e referência em COVID-19 do Distrito Federal
Objetivo: Comparar consumo de antimicrobianos da Unidade de Terapia Intensiva nos períodos antes e durante a pandemia de COVID-19, determinar prevalência de microrganismos bacterianos e fúngicos, prevalência de coinfecção e infecções secundárias e descrever perfil de resistência antimicrobiana dura...
Main Authors: | , , |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde
2023-12-01
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Series: | Revista Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde |
Online Access: | https://rbfhss.emnuvens.com.br/sbrafh/article/view/968 |
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author | Ana Katarina SANTOS Levy Aniceto SANTANA Maria Rita NOVAES |
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Objetivo: Comparar consumo de antimicrobianos da Unidade de Terapia Intensiva nos períodos antes e durante a pandemia de COVID-19, determinar prevalência de microrganismos bacterianos e fúngicos, prevalência de coinfecção e infecções secundárias e descrever perfil de resistência antimicrobiana durante a pandemia. Métodos: estudo observacional retrospectivo realizado no período de março a dezembro de 2020 em um hospital público de referência de COVID do Distrito Federal, incluindo pacientes adultos internados na UTI e em uso de antimicrobianos. Foram comparados os consumos de antimicrobianos, expressos em DDD/1000 pacientes-dia e de acordo com a categorização AwaRe, antes e durante a pandemia de COVID-19. Os dados secundários foram obtidos por meio de relatórios do laboratório de microbiologia. Realizado ainda caracterização do perfil da população. Para análise estatística, foi utilizado teste de U de Mann-Whitney para comparação das variáveis nos períodos estudados. Resultados: Foram incluídos no estudo 137 pacientes. Observou-se uma redução significativa de consumo do antimicrobiano do grupo de acesso Ampicilina/Sulbactam (P=0,035) na pandemia. No grupo Vigilância, houve aumento significante no período da pandemia dos antimicrobianos Ceftriaxona e Piperacilina/Tazobactam (P<0,001; P= 0,015, respectivamente). E no grupo Reserva observou-se redução de Polimixina B durante período de pandemia (P=0,029). Houve também uma redução de forma significativa (P=0,009) das Equinocandinas (Anidulafungina/Micafungina). Apenas 5,43 % dos pacientes apresentavam coinfecção. Das 731 culturas coletadas, 67.48% foram positivas para bactérias gram-negativas, 19,51% para bactérias gram-positivas e 13,01% para fungos. Entre os microrganismos de maior risco de resistência a antimicrobianos, a espécie Klebsiella pneumoniae resistente à carbapenêmicos foi identificada em 100% das hemoculturas e culturas de urina e em 92% das culturas de secreção traqueal; a espécie Acinetobacter spp resistentes à carbapenêmicos ocorreu em 90% das hemoculturas e em 98% das culturas de secreção traqueal. Conclusão: os resultados apontaram um aumento de consumo de antimicrobianos de amplo espectro do grupo de Vigilância, porém com redução de consumo para grupo Reserva. O elevado uso de antimicrobiano prévio a internação em UTI, associado a reduzida taxa de coinfecção sugere ampla utilização empírica de antimicrobianos em pacientes sem infecção bacteriana comprovada. Isto é preocupante no contexto do tratamento de infecções multirresistentes.
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