Vidas humanas versus mortes virais: quem pode viver com vírus?

Este artigo se propõe um ensaio teórico e trata da distribuição diferencial da morte diante das epidemias virais. Tomaremos a pandemia presente de Sars-CoV-2 em articulação com a epidemia de HIV, a fim de compreender como são erguidas e sustentadas barreiras que dividem os humanos em grupos, pelas...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Caio Incrocci, Adriano Beiras, Maria Juracy Filgueiras Toneli, João Manuel de Oliveira
Format: Article
Language:Catalan
Published: Universitat Autònoma de Barcelona 2023-01-01
Series:Athenea Digital
Subjects:
Online Access:https://atheneadigital.net/article/view/3255
Description
Summary:Este artigo se propõe um ensaio teórico e trata da distribuição diferencial da morte diante das epidemias virais. Tomaremos a pandemia presente de Sars-CoV-2 em articulação com a epidemia de HIV, a fim de compreender como são erguidas e sustentadas barreiras que dividem os humanos em grupos, pelas quais se decide quem pode ou não morrer de uma doença viral. Pensando a partir do feminismo e da crítica ao excepcionalismo humano de Donna Haraway, sua teoria é articulada às noções de biopolítica, necropolítica e enquadramento normativo, de modo a situar as relações entre alguns humanos e estes vírus, considerando os atravessamentos como raça, gênero e sexualidade. Por fim, é possível entender que, mesmo sem qualquer evidência científica que justifique encontros fatais entre alguns humanos e vírus, as histórias produzidas sobre estes patógenos orientam quem vive ou morre no contato com eles.
ISSN:2014-4539
1578-8946