Construindo histórias em tessitura lenta: desinstitucionalização e narrativas em pesquisa

Resumo As críticas ao modelo manicomial fazem frente não só à existência do hospital psiquiátrico como também, no caso da desinstitucionalização, às estruturas e lugares de poder que corroboram a desimplicação na vida e na própria dignidade do sujeito. Nesse sentido, estudos sobre os desafios do cui...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Jana Koosah, Maria Inês Badaró Moreira, Florianita Coelho Braga-Campos
Format: Article
Language:English
Published: Universidade de São Paulo
Series:Saúde e Sociedade
Subjects:
Online Access:http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12902019000300029&lng=en&tlng=en
Description
Summary:Resumo As críticas ao modelo manicomial fazem frente não só à existência do hospital psiquiátrico como também, no caso da desinstitucionalização, às estruturas e lugares de poder que corroboram a desimplicação na vida e na própria dignidade do sujeito. Nesse sentido, estudos sobre os desafios do cuidado em liberdade e a produção de conhecimento advinda desse cenário se fazem indeclináveis. O artigo esmiúça a utilização de narrativas em uma pesquisa nacional multicêntrica sobre a repercussão do Programa de Volta para Casa na vida daqueles que são beneficiários há cerca de 15 anos. A partir do marco teórico-prático escolhido, a desinstitucionalização, e do próprio perfil dos pesquisados - pessoas que sofreram anos de internação -, evidenciou-se o desafio do encontro entre beneficiário e pesquisador na produção das narrativas. Realçar as contradições no próprio percurso de pesquisa trouxe sínteses de análise e intervenções para a escrita e construção dos dados. Foi possível observar que a sustentação dessa relação traz o reconhecimento de si e de um outro na autoria da vida em composição com o tecido social e coloca a importância de um questionamento do lugar de poder do pesquisador concomitante à escolha de um instrumental metodológico dentro do campo.
ISSN:1984-0470