Summary: | A antropologia no ciberespaço tem como ponto de partida a comunicação mediada por computador, que, explicita ou implicitamente, pressupõe uma exterioridade dos objetos técnicos e reduz a agentividade apenas aos seres humanos. O presente trabalho procura refletir criticamente sobre tais pressupostos a partir de uma dupla inspiração teórico-metodológica: em primeiro lugar, tomando como referência a matriz clássica inaugurada por M. Mauss sobre a técnica nas sociedades tradicionais e analisando a especificidade atribuída à condição moderna com relação à técnica; num segundo momento e complementarmente, o texto avança no sentido de sistematizar os debates contemporâneos sobre agência e os limites da dicotomia humano/técnico, especialmente a partir das obras de B. Latour, notadamente a partir da noção de ciborgue. Trata-se, portanto, de uma releitura da perspectiva antropológica clássica da abordagem da técnica e o questionamento da noção moderna de objeto-técnico aplicado ao ciberespaço. Em última instância, colocamos em debate as noções de uso, apropriação e representação dos objetos técnicos nos estudos antropológicos no ciberespaço
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